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    Outra chacina da polícia do Rio: moradores retiram oito corpos de manguezal no Complexo do Salgueiro

    A chacina segue o roteiro de quase todas as chacinas, como a que trucidou 24 pessoas no Jacarezinho, no Rio, em maio passado. Moradores relatam que mães “estão desesperadas” buscando pelos corpos dos filhos no manguezal localizado no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Pessoas foram mortas durante o final de semana por policiais e os oito têm marcas de tortura

    (Foto: Reprodulção/TV Globo)
    Lais Gouveia avatar
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    247 - Moradores do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, retiraram pelo menos oito corpos de um manguezal no bairro das Palmeiras, dentro do complexo, na manhã desta segunda-feira (22). Todos os corpos têm, segundo os moradores,  marcas de tortura e foram  enfileirados e cobertos por lençóis na Rua Pedro Anunciato da Cruz, ao lado do mangue.

    A chacina do Complexo do Sagueiro segue o roteiro de quase todas as chacinas, como a que trucidou 24 pessoas no Jacarezinho, no Rio, em maio passado: um policial é morto em um confronto e a seguir é realizada uma chacina como vingança sobre os moradores da região do assassinato. 

    No sábado (20), um policial militar morreu em atuação na região do Salgueiro. O sargento foi identificado como Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos. Após a ação, os policiais ocuparam o bairro. 

    "É chacina", denunciam moradores

    Moradores afirmaram ao portal G1 que a ação “foi uma chacina” em represália à morte do agente. 

    “Os corpos estão todos jogados no mangue, com sinais de tortura. As pessoas, uma jogada por cima da outra. Estava com sinal totalmente de chacina mesmo”, relatou um morador.

    “Muito conhecido da gente aqui morreu. A gente estava gritando no mangue para ver se consegue tirar, mas todos mortos”, relatou uma moradora, que não teve a identidade revelada. 

    “As mães estão entrando dentro do mangue. Com o mangue acima do joelho para poder tentar puxar os corpos”, declarou outra moradora que também manteve a identidade sob sigilo. 

    Nem idosos foram poupados da ação dos agentes. No domingo (21), Carmelita Francisca de Oliveira, de 71 anos, foi atingida no braço esquerdo durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na região, mas passa bem.

    O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, em entrevista ao Bom Dia Rio, repetiu o roteiro das versões policiais, sempre desmentidas depois de investigações: “Estes confrontos foram intensos, foram na área de mangue, é uma área de difícil trânsito. Logicamente estamos falando de um momento em que marginais estavam no interior da mata fechada”. Ele se recusou a comentar as acusações dos moradores do Complexo do Salgueiro.

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