TV 247 logo
    HOME > Sudeste

    Policial Militar em serviço faz gesto de apoio a Pablo Marçal e gera polêmica (vídeo)

    Ação levanta questionamentos sobre a imparcialidade de agentes de segurança pública. Especialistas dizem que a lei proíbe essa conduta

    PM fazendo o gesto de apoio ao candidato de extrema direita (Foto: Reprodução)
    Joaquim de Carvalho avatar
    Conteúdo postado por:

    247 - Um policial militar foi flagrado fazendo o gesto com as mãos em forma de "M", símbolo amplamente associado ao candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal. O gesto, feito durante uma ação de serviço, foi capturado em vídeo e gerou repercussão nas redes sociais, levantando questionamentos sobre a imparcialidade do agente público, especialmente em um momento em que Marçal tem ganhado visibilidade na política.

    O caso reacendeu o debate sobre o comportamento de agentes de segurança pública em manifestações políticas, já que a Polícia Militar, como instituição do Estado, deve se manter neutra em questões partidárias. O gesto do "M" é frequentemente utilizado por apoiadores de Marçal como uma demonstração de apoio à sua figura pública e às suas ideias, e o fato de um policial fardado fazer esse símbolo durante o exercício de suas funções foi visto como uma possível transgressão dessa neutralidade.

    Especialistas ouvidos pelo Correio Braziliense apontam que o policial militar, enquanto agente de segurança pública, em serviço não poderia demonstrar apoio a candidato. Thiago Sorrentino, professor de Direito Eleitoral do Ibmec Brasília é categórico ao afirmar que o gesto é irregular. "Os servidores públicos, civis ou militares, estão sujeitos ao chamado "defeso eleitoral", que é um período no qual é proibida a manifestação partidária. Em especial, é proibida a promoção de candidatos, não só, mas especialmente durante o exercício das funções públicas."

    O professor explica que a proibição está prevista no Art. 73 da Lei nº 9.504/1997 que dispõe sobre as condutas vedadas aos agentes públicos durante o período eleitoral, como o uso da máquina pública em benefício de candidatos e a distribuição gratuita de bens ou serviços custeados pelo poder público; e no Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), em alguns de seus artigos, complementa as regras do período de defeso, especialmente quanto às penalidades para condutas ilícitas nesse período.

    Leonardo Sant'Anna, professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal também afirma que o gesto do policial é irregular e critica a ação do profissional afirmando que os posicionamentos pessoais não podem ser levados para o trabalho. "Nesse momento no vídeo ele representa o Estado, encontra-se uniformizado e com todos os indicativos do pleno exercício de sua função institucional. O policial militar precisa ser maduro e ético o suficiente - e certamente é instruído para isso - de forma a não permitir que sua escolha enquanto cidadão ofusque ou manche suas atribuições profissionais", pontua o especialista em Segurança Pública.

    O episódio também gerou reações políticas. Enquanto apoiadores de Marçal defenderam o gesto como um ato espontâneo e sem intenções partidárias, críticos alertaram para o risco de politização das forças de segurança, o que poderia comprometer a confiança da população na atuação desses agentes.

    Pablo Marçal, por sua vez, não se pronunciou diretamente sobre o episódio até o momento. No entanto, sua crescente influência no cenário político brasileiro, combinada com o episódio envolvendo o policial, evidencia as tensões em torno da neutralidade de instituições públicas em tempos de polarização política.

    A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também não se manifestou.



    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados