Policial suspeito de ligação com o PCC movimentou R$ 34,5 milhões
Valor é incompatível com seu salário oficial de R$ 12 mil, segundo o Portal da Transparência do Governo de São Paulo
247 - Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, investigador de classe especial da Polícia Civil de São Paulo, foi apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos responsáveis por estabelecer conexões entre o crime organizado e a chamada "banda podre" da Polícia Civil.
De janeiro de 2017 a julho de 2022, Bombom movimentou quase R$ 34,5 milhões em transações bancárias, valor incompatível com seu salário oficial de R$ 12 mil, segundo o Portal da Transparência do Governo de São Paulo.
O policial adquiriu um apartamento de alto padrão na Zona Leste da capital paulista — região onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) realiza operações de lavagem de dinheiro, investindo em imóveis e veículos de luxo. O imóvel foi comprado por R$ 700 mil em 2018, um valor considerado subestimado pelos investigadores, já que apartamentos similares na mesma região chegam a custar até R$ 2,7 milhões.
De acordo com relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicam que Bombom realizava depósitos fragmentados, utilizando uma técnica conhecida como smurfing, para dificultar o rastreamento das transações financeiras. As contas utilizadas no esquema estavam espalhadas por diversos estados, incluindo Paraná, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Entre julho de 2022 e fevereiro de 2023, o policial civil movimentou ainda mais R$ 1,7 milhão.
Conexão com o PCC e o crime organizado
Bombom era chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), ligado à 5ª Delegacia Seccional da Zona Leste de São Paulo. Segundo depoimento do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro deste ano no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Bombom atuava como um elo entre criminosos e estruturas corruptas dentro da Polícia Civil.
Gritzbach revelou que o empresário Reinaldo Muhammad Mahmud Ayesh, conhecido como Vida, investigado por lavagem de dinheiro, seria padrinho de batismo de Bombom. Reinaldo teria sido apresentado pelo policial civil a setores corruptos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
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