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    Quatro suspeitos são presos por incêndios criminosos em São Paulo

    "Tivemos uma combinação explosiva de três fatores: alta temperatura, ventos muito fortes e umidade relativa muito baixa", disse o governador Tarcísio

    Incêndio em plantação de cana próxima à cidade de Dumont (Foto: JOEL SILVA/REUTERS)

    BRASÍLIA (Reuters) - Quatro homens foram presos sob suspeita de provocar incêndios que destruíram milhares de hectares de plantações de cana-de-açúcar em São Paulo, informou o governo estadual nesta segunda-feira.

    Os incêndios se espalharam rapidamente durante o fim de semana pelos campos ressecados no auge da estação seca, em uma região que não chove há meses. Nuvens de fumaça encobriram as cidades próximas, onde as atividades ao ar livre foram restritas e as operações em rodovias e aeroportos foram interrompidas devido à baixa visibilidade.

    "Tivemos uma combinação explosiva de três fatores: alta temperatura, ventos muito fortes e umidade relativa muito baixa nos últimos dias. Portanto, qualquer coisa poderia causar uma ignição", disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em uma coletiva de imprensa.

    Ele afirmou que três suspeitos foram presos na região com recipientes de gasolina para iniciar incêndios, e um quarto homem foi preso nesta segunda-feira quando foi pego ateando fogo na grama. A Polícia Federal está investigando as queimadas por suspeita de incêndio criminoso.

    O clima seco aumentou a frequência de incêndios florestais em todo o país este ano, inclusive na região amazônica. Especialistas em meio ambiente afirmaram que as temperaturas mais altas provocadas pelas mudanças climáticas e o desmatamento generalizado contribuíram para dobrar o número de incêndios nesta temporada.

    No Parque do Xingu, o cacique Megaron Txucarramae pediu ajuda para controlar um incêndio na reserva indígena mais famosa do país. "Socorro! Mandem bombeiros e aviões que jogam água", ele pediu em um programa de televisão.

    O governador de São Paulo disse que não havia novos incêndios nas plantações de cana-de-açúcar, mas dezenas de cidades ainda estão em alerta máximo para mais incêndios. Em Ribeirão Preto, aulas foram canceladas nesta segunda-feira devido à fumaça.

    Tarcísio estimou o prejuízo causado pelas queimadas nas lavouras em mais de 1 bilhão de reais.

    São Paulo é o maior estado produtor de açúcar do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial.

    A Raízen SA, maior grupo de açúcar do país, disse que retomou as operações em sua usina Santa Elisa no domingo. A usina teve que ser evacuada na quinta-feira devido à proximidade dos incêndios.

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