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    Saiba quem é a sindicalista negra que parou a cidade de São Paulo

    Formada em Ciências Sociais, Camila Lisboa é a primeira mulher a presidir o sindicato dos Metroviários de SP, que está em greve contra as privatizações do governo Tarcísio

    Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo (Foto: Reprodução | ABr)

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    247 - A presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, é uma das lideranças à frente dos trabalhadores do transporte público e do serviço de saneamento de São Paulo, deflagrada nesta tewrça-feirea (3), paralisando quatro linhas do metrô e três linhas de trem. Duas linhas ferroviárias funcionam parcialmente.

    Em entrevista à TV 247 sobre a paralisação, Lisboa destacou que a eventual privatização do Metrô de São Paulo vai encarecer os serviços e prejudicar os direitos dos trabalhadores. "As privatizações resultaram em crises, falhas, trens andando com portas abertas e descarrilamentos. Questionamos o projeto de privatização do governador, porque gera muito mais ineficiência nos serviços", afirmou. >>> Sucesso das greves em São Paulo mostra a força dos sindicatos

    Assista à entrevista de Camila Lisboa à TV 247:

    Quem é Camila Lisboa 

    Camila Lisboa começou sua trajetória como militante no movimento estudantil da UNICAMP, onde se formou em Ciências Sociais. Após se formar, lecionou na rede estadual de São Paulo antes de ingressar no Metrô em 2012, quando prestou concurso e foi convocada para assumir a função de Agente de Estação. Desde então, filiou-se ao sindicato.

    Ela fez parte dos 42 trabalhadores demitidos durante a greve de 2014, mas, após uma intensa campanha democrática, eles foram readmitidos. Nas eleições sindicais de 2019, Camila concorreu como Coordenadora Geral, posição que ocupou desde então. Durante esse período, ela liderou diversas lutas, incluindo a defesa da sede do sindicato ameaçada pelo governo de João Dória-PSDB, a resistência à privatização do metrô e a busca por condições seguras de trabalho e vacinação durante a pandemia.

    Além de seu engajamento sindical, Camila é militante política, integrando a corrente Resistência do PSOL. Ela concilia sua agenda intensa de atividades com estudos e pesquisas acadêmicas sobre as lutas da classe trabalhadora. Recentemente, publicou um livro nascido de seu mestrado em Sociologia na USP, que aborda a percepção dos usuários do Metrô em relação às greves dos trabalhadores. Em seu discurso de posse, Camila enfatizou a necessidade de um movimento sindical mais diverso e representativo, capaz de refletir a diversidade da classe trabalhadora. Ela concluiu: "Peço a todo o movimento sindical que olhe para o exemplo da Chapa 2, que foi eleita, porque acredito que temos um novo registro: a classe trabalhadora mudou, é mais diversa, e nossa chapa conseguiu refletir isso." (*Com informações da Esquerda Online)

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