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    São Paulo decide eleição que pode eleger prefeito “mais rico” da história

    Com 57% das intenções de voto, Ricardo Nunes (MDB) lidera disputa contra Guilherme Boulos (PSOL). Abstenção preocupa candidatos em pleito decisivo

    Cidade de São Paulo (Foto: Diogo Moreira / Divulgação)

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    247 - São Paulo vai às urnas neste domingo para definir quem será o próximo prefeito da maior cidade do Brasil, em uma eleição que pode consagrar Ricardo Nunes (MDB) como o "prefeito mais rico" da história da capital. Segundo levantamento do Datafolha divulgado no sábado (26), Nunes lidera a disputa com 57% dos votos válidos, enquanto seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), aparece com 43%. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

    Desde o início da campanha, os principais institutos de pesquisa indicam uma vantagem de Nunes, embora essa diferença tenha diminuído nas últimas semanas. No primeiro levantamento do Datafolha após o primeiro turno, Nunes tinha uma vantagem de 22 pontos percentuais. Preocupado com o índice de abstenção, que no primeiro turno atingiu 27,3% — um dos mais altos desde o início da pandemia de covid-19 em 2020 — Nunes evitou declarar vitória antecipada, adotando um tom cauteloso na reta final da campanha.

    Por outro lado, Boulos focou seus esforços em debates públicos e participou de diversas sabatinas, buscando engajar o eleitorado indeciso. Ele chegou até a debater com Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado no primeiro turno, que havia divulgado um laudo médico falso contra ele. Para Boulos, cada voto pode fazer a diferença, especialmente considerando que São Paulo conta com um eleitorado de 9.322.444 pessoas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A capital paulista tem uma maioria de eleitores do sexo feminino, representando 54% do total, enquanto os homens são 46%.

    Renegociação de dívida permitiu maior orçamento

    Um dos temas centrais para a administração municipal é a questão financeira, especialmente após a renegociação da dívida de São Paulo com a União, que mudou o panorama econômico da cidade. Em 2016, a capital trocou o índice de inflação que corrigia sua dívida, passando do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) mais juros de 9% ao ano, para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) com juros de 4% ao ano. Essa renegociação foi conduzida durante o mandato de Fernando Haddad (PT) e a presidência de Dilma Rousseff (PT).

    Como resultado, a dívida municipal caiu drasticamente, de R$ 138,8 bilhões em 2015 para R$ 68,7 bilhões em 2016, após ajuste pela inflação. Haddad, ao comentar o impacto do acordo, afirmou que "[a diferença] equivale a dez anos de investimentos da cidade de São Paulo", destacando a importância da renegociação para liberar recursos que permitiram um maior investimento em infraestrutura e serviços públicos.

    Agora, tanto Nunes quanto Boulos sabem que a gestão do orçamento municipal será um dos maiores desafios do próximo prefeito. Enquanto Nunes tenta consolidar sua liderança com uma campanha focada em continuidade, Boulos aposta em uma narrativa de mudança e renovação, apresentando-se como a alternativa para quem deseja uma nova abordagem na administração da cidade. A decisão, no entanto, está nas mãos dos eleitores paulistanos, que hoje definirão quem ocupará o comando da capital pelos próximos quatro anos.

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