"Se Tarcísio me convocar, aceito a missão", diz Kassab sobre disputar o governo de SP em 2026

247 - O secretário de Governo de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, admitiu a possibilidade de disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2026. A sinalização vem em meio às especulações sobre uma eventual candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência da República, o que abriria espaço para uma nova liderança na corrida pelo governo paulista.

“O candidato em São Paulo é o Tarcísio, e o meu candidato será o dele. Caso ele decida disputar a Presidência e avalie que o meu nome é o mais adequado, eu aceito a missão”, disse Kassab à CNN Brasil.

A fala de Kassab, que atualmente ocupa um dos cargos mais estratégicos da gestão estadual, reforça a movimentação nos bastidores diante da indefinição de Tarcísio sobre seu futuro político. Embora publicamente o governador diga que pretende buscar a reeleição, aliados já reconhecem que uma candidatura ao Planalto pode se tornar inevitável, sobretudo se Jair Bolsonaro (PL) decidir lançar oficialmente o nome de Tarcísio como seu sucessor.

Nesse cenário, um dos nomes cogitados para a sucessão estadual seria o do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Kassab, ao comentar essa possibilidade, classificou o emedebista como “um excelente candidato”. No entanto, uma eventual candidatura de Nunes sofre resistência no Palácio dos Bandeirantes, especialmente entre aliados próximos de Tarcísio e integrantes de sua base na Assembleia Legislativa.

Nesta segunda-feira (24), Nunes afirmou que pretende cumprir seu mandato à frente do Executivo municipal, descartando disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2026. “Vou ficar quatro anos na prefeitura de São Paulo”, disse o prefeito durante participação em um evento organizado pelo grupo LIDE, que reúne empresários e lideranças da iniciativa privada.

Fontes ouvidas pela reportagem apontam que a principal preocupação diz respeito à linha sucessória na capital. Se Nunes deixasse a Prefeitura para disputar o governo, o cargo seria assumido pelo vice-prefeito Ricardo Melo Araújo (PL), um nome ligado diretamente ao bolsonarismo e sem trajetória política conhecida. Ex-oficial da Polícia Militar, Melo foi indicado à chapa de Nunes pelo próprio Bolsonaro, o que poderia agradar o ex-mandatário, mas acendeu alertas entre os interlocutores do atual governador.