"Sem livros ninguém sabe o que é chacina", diz Kakay, sobre o governo fascista de Tarcísio
Advogado criminalista faz duras críticas ao governo de São Paulo pela chacina promovida no litoral e pela decisão de retirar livros impressos das escolas: "vitória do atraso"
247 - O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como "Kakay", publicou artigo nesta sexta-feira (4) - intitulado "Sem livros, ninguém sabe o que é chacina" - com duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em decorrência da chacina promovida pela Polícia Militar no Guarujá - que já deixou pelo menos 16 mortos - e da decisão de introduzir somente livros digitais, em vez dos impressos, nas escolas estaduais a partir do 6º ano. >>> MP abre investigação contra fim dos livros nas escolas públicas no governo de Tarcísio
"É muito importante acompanhar a postura do atual governador de São Paulo, ao se pronunciar sobre a chacina do Guarujá. Com uma desenvoltura de quem assume o lado da barbárie, e sabe que boa parte da população o apoia, ele desdenhou das denúncias de tortura e de execução, falou em 'narrativa' e apoiou firmemente a criminosa ação policial. E ainda afirmou que a Operação Escudo seguirá por mais 30 dias. Certamente, outros assassinatos de gente da periferia estão a caminho. Falando para o público que está ávido para liberar o fascismo que, em parte, foi reprimido pela vitória da democracia e da civilização nas urnas com Lula, o chefe do Executivo paulista assume, com todas as letras, estar 'extremamente satisfeito com a ação da polícia'. Pouco importam os 16 assassinatos, que podem chegar a 19. São números, não são tratados como pessoas, sujeitos de direito, que merecem a atenção do Estado. E, como violência gera violência, vale registrar que, nos primeiros 3 meses da administração de Tarcísio, os casos de estupro em São Paulo aumentaram 15,8% em relação ao mesmo período de 2022", afirma o advogado. >>> PM de Tarcísio não usou câmeras na chacina que matou negros inocentes no Guarujá
Na sequência, ele diz que a decisão da gestão Tarcísio de tirar os livros impressos das escolas 'parece piada", mas na realidade "é uma estratégia de dominação". "O livro é forte inimigo das ditaduras, do fascismo e da barbárie. O livro, trocado por uma arma, alimenta todas as formas de obscurantismo. Mais de 1,4 milhão de estudantes não receberão os tradicionais livros didáticos e, somando todas as disciplinas, não serão distribuídos mais de 10 milhões de livros. É a vitória do atraso mais cruel e mais odiento, pois deixa de dar oportunidade às crianças de se apaixonarem por livros. Pouco importam as conhecidas dificuldades, muitas vezes impossibilidade, da população da periferia de acessar a internet. Pouco importa se os especialistas afirmam que o livro impresso é essencial para que os leitores possam reter mais o aprendizado. É uma questão ideológica: investir no não conhecimento, especialmente dos jovens pobres dos subúrbios".
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