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    Sete anos sem Marielle e Anderson: famílias cobram justiça e buscam respostas sobre os mandantes do crime

    Viúva de Marielle Franco espera que, em 2026, a saudade seja o único tema, com a condenação de todos os envolvidos no assassinato

    Mônica Benício e Agatha Arnaus, viúvas de Marielle e Anderson, respectivamente (Foto: Reprodução)
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    247 - Sete anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, as famílias das vítimas seguem em busca de justiça e respostas. Com os executores já condenados e os acusados de serem os mandantes do crime no banco dos réus, o caso avança, mas ainda há perguntas sem resposta. As informações são do portal g1, que conversou com familiares e viúvas das vítimas.

    Pela primeira vez desde o crime, a data de 14 de março foi marcada este ano com os principais acusados presos. Os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, apontados como mandantes, foram detidos em março de 2023. Ambos negam as acusações. Já os executores, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, foram condenados a 78 anos e 9 meses e 59 anos e 8 meses de prisão, respectivamente.

    Agora, as famílias aguardam a condenação dos mandantes e buscam esclarecimentos sobre as motivações do crime. "Para 2026, eu espero que continuemos tendo respostas. Que as nossas outras perguntas tenham respostas: Por que mandaram matar a minha mãe? Quem mandou matar? Mas, além disso, que a justiça seja feita de forma plena e que o legado da minha mãe seja honrado", afirma Luyara Santos, filha de Marielle Franco.

    Condenação dos executores foi "vitória", mas sem "alívio"Mônica Benício, viúva de Marielle, destacou que as condenações de Lessa e Queiroz representam um marco, mas ainda não trouxeram sensação de alívio. "A condenação deles foi uma vitória, mas ainda não trouxe uma sensação de vitória e alívio. Lutamos pela condenação de todas as pessoas que tiveram qualquer tipo de participação. Seja quem mandou [matar], quem planejou e quem executou. Entendemos que [a condenação] é uma reparação", disse.

    Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, relatou que a vida ficou "mais leve" após a condenação dos executores. "Sinto que um peso começou a sair das minhas costas. Acho que isso teve um impacto muito relevante na minha vida e na vida do Arthur. De termos paz, aquele sentimento que a Justiça está sendo feita. Mas, é claro que falta muita coisa. São muitos processos [ainda]. [A condenação dos dois] não encerrou nada, mas deu um alívio", afirmou.

    Surpresa com envolvimento de Rivaldo BarbosaAs famílias também expressaram surpresa com a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de ser um dos mentores do crime. Segundo a Polícia Federal, Barbosa teria agido para desviar o foco das investigações dos verdadeiros mandantes.

    "Foi surpreendente o suposto envolvimento do Rivaldo. A gente encontrou com ele logo após o crime. Vê uma pessoa que abraçou você, sua avó, seu avô, que dizia que iria lutar incansavelmente por respostas e essa pessoa, aparentemente, está envolvida, é bem difícil. Não tem como não se surpreender", relatou Luyara.

    Mônica Benício reforçou a decepção: "Ele nos recebeu com o cinismo enorme. Num primeiro momento, ele se solidarizou, fez promessas. Mas, vendo agora, tudo não passou de um jogo de cena. O Rivaldo chegou a falar que a Marielle e ele trabalharam juntos em casos de policiais mortos. Anos depois, descobre-se que ele foi uma peça fundamental no crime. Para mim foi desumano".

    Instituto Marielle Franco mantém viva a memória e a luta por justiçaEm março, o Instituto Marielle Franco promoveu uma série de atividades para marcar os sete anos do assassinato da vereadora e de Anderson Gomes. A programação incluiu uma missa em memória das vítimas, caminhadas, debates e o lançamento do livro infantil "A História de Marielle Franco", que narra a trajetória da parlamentar desde a infância na Maré até sua atuação política.

    Além disso, Luyara Santos, filha de Marielle e atual diretora do Instituto, participou da 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), da ONU, em Nova York, consolidando sua posição como defensora global das causas que sua mãe defendia.

    Para as famílias, a luta por justiça continua. "Eu espero que em 2026 a gente fale apenas de saudade, memória e que a justiça tenha sido feita — com a condenação dos mandantes e de todos os envolvidos. Que no ano que vem possamos falar da memória, pois a saudade dói", finalizou Mônica Benício.

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