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    Silveira cobra acordo da Vale em Mariana com melhor governança

    Ministro de Minas e Energia critica modelo de indenização em Brumadinho e defende novo acordo com foco em governança de Estado

    Alexandre Silveira (Foto: Reuters/Callaghan O'Hare)

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    247 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em uma entrevista coletiva realizada ontem à noite, na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no Rio de Janeiro, fez duras críticas ao modelo de indenizações aplicado após o desastre de Brumadinho e cobrou que o acordo relacionado à tragédia de Mariana adote uma governança mais eficaz e duradoura. Silveira destacou que as ações de reparação pagas pela Vale devem ser mais profundas e permanentes, ao invés de se limitarem a um prazo determinado, como no caso de Brumadinho. “O que queremos é ser independentes da Vale e de qualquer outra mineradora, para que possamos cobrar os direitos do povo brasileiro, em especial os direitos relacionados aos crimes ambientais de Brumadinho e Mariana, que foram gravíssimos, com impactos pessoais, materiais e humanos”, afirmou o ministro durante sua declaração inicial.

    Silveira ressaltou que o acordo em Brumadinho, na sua visão, foi prejudicial à população local, sendo utilizado de forma política pelo governador Romeu Zema, do Partido Novo, e sem garantir uma reparação duradoura para os atingidos. "Hoje existe um pânico lá em Brumadinho porque, em 2026, encerram as indenizações mensais das famílias atingidas e o financiamento da saúde pública da região. Esses recursos foram utilizados politicamente para fazer política eleitoral", criticou o ministro.

    Críticas ao modelo atual

    Segundo Silveira, uma das maiores falhas do acordo firmado em Brumadinho foi a falta de uma governança clara e de longo prazo. Ele destacou que os impactos emocionais e na saúde pública são profundos e não podem ser resolvidos com soluções temporárias. “Os impactos nas famílias atingidas são inexoráveis”, reforçou, sublinhando a necessidade de um acompanhamento contínuo para os danos sofridos.

    O ministro também mencionou uma conversa que teve com o presidente Lula e o ministro Jorge Messias, da AGU, onde discutiram a importância de um modelo de governança de Estado, e não de governo. “O presidente quer um acordo com governança de Estado, porque ele vai passar, mas a reparação dos danos precisa ser permanente e efetiva”, afirmou Silveira, revelando que a abordagem proposta por Lula é completamente diferente da do atual governador de Minas Gerais.

    Situação do Rio Doce

    Além das questões ligadas às indenizações, Silveira trouxe à tona os problemas ambientais contínuos na região afetada pelo desastre de Mariana, especialmente a condição do Rio Doce. Ele relatou a situação de Governador Valadares, onde a população ainda convive com o impacto da lama tóxica. “A água que sai de qualquer torneira da cidade é barrenta e suja, porque a calha do rio foi completamente comprometida”, denunciou.

    O ministro destacou que os danos ambientais se estendem até o Espírito Santo, afetando diretamente a vida de milhares de brasileiros. Ele também lembrou de sua experiência pessoal como morador da região, o que lhe dá uma visão clara sobre os impactos sociais do desastre.

    Governança e reparação

    Para Silveira, o volume de recursos a ser destinado às reparações em Mariana é significativo, e por isso a governança deve ser extremamente rigorosa. Ele defende que esses recursos sejam utilizados com um objetivo claro: a reparação dos danos ambientais e sociais. "É muito dinheiro e deve ser destinado para reparar danos. Danos ambientais e sociais que afetam diretamente a vida de muitas pessoas", pontuou o ministro. Confira:

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