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    Sindicato denuncia morte de 20 professores por Covid-19 após a volta às aulas em São Paulo

    Apeoesp realizou carreata e protesto pela morte de professores com covid-19 em frente à Secretaria Estadual de Educação do governo Doria

    (Foto: Apeoesp)
    Aquiles Lins avatar
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    Rodrigo Gomes, da RBA - O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou manifestação hoje (4) denunciando a morte de, pelo menos, 20 docentes pela covid-19 desde o início da volta às aulas. Também são contabilizados pela entidade 1.861 casos confirmados em 850 escolas.

    O protesto ocorreu em frente à Secretaria da Educação do governo João Doria (PSDB), após carreata pelas ruas da capital paulista. Além de homenagear estes professores, o ato também reivindicou a suspensão imediata das aulas até que haja controle da pandemia do novo coronavírus no estado.

    A manifestação teve início no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. De lá, os professores seguiram até a secretaria, na Praça da República, região central. “É inaceitável o que o governo Doria vem fazendo com os professores. Sem fechar as escolas, mantendo milhares de professores e funcionários e milhões de estudantes circulando todos os dias, muitos em transportes públicos, Doria e seu secretário de Educação se revelam como são: inimigos da vida”, afirmou a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT).

    O governo Doria não divulga os registros de casos confirmados e suspeitos de covid-19 nas escolas há duas semanas. Muito menos se houve morte por covid-19 de professores, alunos ou outros trabalhadores da educação. No único balanço divulgado, em 16 de fevereiro, havia 741 casos confirmados e 1.133 casos suspeitos.

    Insensatez

    Embora alegue que a voltas às aulas em meio à pandemia de covid-19 é segura, o governo Doria restringiu o acesso ao Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19. Com isso, o governador deixa a avaliação da retomada das atividades sem nenhuma transparência. Somente um servidor de cada escola pode ser cadastrado e acessar o sistema, tanto para notificar casos suspeitos ou confirmados da doença na escola, quanto para monitorar a situação geral da pandemia na rede pública de ensino.

    O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, defendeu, na terça-feira (2), o fechamento das escolas em todo o estado devido ao agravamento da pandemia. Ele admitiu que o aumento da circulação de pessoas promovida pela volta às aulas contribuiu para o agravamento da transmissão do novo coronavírus nas últimas semanas, como os professores e especialistas em saúde sempre disseram que ia acontecer. Hoje, São Paulo tem 17.802, sendo 9.910 em enfermaria e 7.892 em UTIs, maior número de toda a pandemia.

    “Se estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, frente ao colapso (do sistema de saúde), temos que reavaliar situações que poderiam ser evitadas. Uma delas é a situação da escola. O problema não é a escola, mas a circulação de pessoas. Professores, alunos, pais que levam e trazem seus filhos. Mesmo no transporte público, a exposição que a gente acaba colocando as pessoas. Nesse momento, vale a observação sobre essa questão de não haver aulas”, disse Gorinchteyn, em entrevista à rádio CBN.

    Restrições

    Além dos registros de casos e a denuncia da morte desses professores por covid-19, a Apeoesp também destaca dados do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) que mostram o esgotamento das UTIs após a volta às aulas. Segundo o boletim interno do HSPE, de segunda-feira (1), a ocupação de UTI para pacientes com covid-19 no hospital é de 95%. Nas enfermarias, a ocupação é de 73%.

    Ontem, Doria anunciou que todo o estado vai entrar na fase vermelha da quarentena por duas semanas, a partir de sábado (6), devido ao agravamento da pandemia de covid-19 em São Paulo. No entanto, decidiu manter as escolas abertas. “Apesar das medidas de restrição, as escolas estaduais continuarão de portas abertas no pior momento da pandemia”, criticou Bebel, que garantiu a continuidade da greve dos professores, iniciada em 8 de fevereiro.

    Professores mortos pela covid-19 em São Paulo, segundo levantamento da Apeoesp:

    Maria Inês Silva Frozel
    Eda Balle Pulpato
    Antônio Cesar Pereira
    Cinthia Aparecida
    Rodrigo Andrade
    Regina Aparecida dos Santos Tomaz
    Maria Soeiro
    Maria Tereza Miguel Couto
    Marcelo Shiroma
    Antônio Cesar Pereira
    Antônio Cesar Zenetti
    Adriano Moraes
    Ana Clara Macedo dos Santos
    Paulo Henrique Camargo
    Deolinda Scotti
    Amauri Nicoletti
    Guilherme Augusto de Oliveira Rebello
    Luciani Andrade Serrão
    Eliana Ferreira Boni
    Luiz Roberto Oliveira

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