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    Sucesso das greves em São Paulo mostra a força dos sindicatos

    Tarcísio dobra a aposta na privatização e diz que greves não vão pará-lo

    São Paulo – Greve de metrô e trem (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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    247 - As greves que ocorreram nesta terça-feira, 3 de outubro, nos setores de transporte público, Sabesp, Universidade de São Paulo (USP) e Embraer, estão sinalizando um possível ressurgimento da influência dos sindicatos no cenário trabalhista brasileiro, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Os analistas ouvidos pelo jornal percebem uma conjuntura favorável para o fortalecimento dos sindicatos, pelo menos no curto prazo. Um governo federal que dialoga com os sindicatos e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir que as entidades sindicais cobrem uma contribuição assistencial de trabalhadores não sindicalizados podem representar um impulso financeiro significativo para essas organizações.

    As greves em curso têm diversas motivações. No transporte público de São Paulo e na Sabesp, a paralisação é um protesto contra a privatização de empresas públicas. Na USP, a principal reivindicação é o déficit de professores na instituição. Já na Embraer, os trabalhadores pedem um aumento real de salário e a renovação da convenção coletiva. A paralisação foi suspensa no final da manhã, e a empresa alega ter concedido um aumento de acordo com a proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), enquanto as negociações entre a entidade e os sindicatos continuam. >>> Trabalhadores rebatem Tarcísio: interesse ideológico é querer vender São Paulo para favorecer bilionários

    Em reação aos grevistas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, intensificou seu compromisso com a privatização da Sabesp e outras empresas estaduais após enfrentar pressões decorrentes de uma greve coordenada pelos funcionários da empresa de saneamento, do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Poucas horas após o início da paralisação na manhã de terça-feira, Tarcísio fez um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes em que elevou o tom contra os sindicatos e categorizou a paralisação como "ilegal e abusiva", argumentando que isso reforça a necessidade de considerar as privatizações. "Dizem que são contra as privatizações. Mas quais são as linhas que estão funcionando hoje? Aquelas concedidas à iniciativa privada. Isso mostra que estamos na direção certa, que temos, sim, que estudamos (as privatizações)", afirmou Tarcisio. >>> Deputados de São Paulo repudiam tentativa de Tarcísio de criminalizar greve no Metrô, CPTM e Sabesp

    A paralisação se afastou das reivindicações salariais usuais e assumiu uma abordagem política contrária a um dos principais projetos do atual governo. Os representantes das três categorias estão pressionando Tarcísio a realizar um plebiscito para consultar a população sobre a privatização da Sabesp e a expansão das concessões de linhas de metrô e trem. As entidades argumentam que a transferência para a iniciativa privada representa um "desmantelamento dos serviços públicos", o que pode resultar em aumentos nas tarifas de transporte e água no estado.

    Tarcísio sustenta que a privatização foi uma decisão tomada nas urnas, refletindo sua vitória eleitoral. No entanto, de fato, a venda da Sabesp é rejeitada pela maioria (53%) dos paulistas, como demonstrou uma pesquisa Datafolha realizada entre os dias 3 e 5 de abril de 2023. Enquanto isso, 40% dos entrevistados são favoráveis à privatização. (*Com informações do Globo)

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