Tarcísio radicaliza discurso em ato bolsonarista e ensaia candidatura à Presidência, avalia o Planalto

247 - O discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante manifestação pela anistia aos golpistas do 8 de janeiro, no Rio de Janeiro, no último domingo (16), provocou inquietação no Palácio do Planalto. Segundo a coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, o tom adotado pelo governador foi interpretado como um ensaio para uma candidatura presidencial em 2026, rompendo com sua postura anterior mais moderada.

Para assessores do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio, que vinha evitando confrontos diretos com o presidente, decidiu radicalizar. A avaliação dentro do Planalto é que a mudança de postura faz parte de uma estratégia para se consolidar como principal nome da direita na próxima disputa pelo Planalto nas eleições de 2026.

Embora sua participação na manifestação pelo PL da Anistia já fosse esperada, o que chamou atenção foi a contundência das críticas ao governo federal. O governador atacou a gestão Lula por conta da inflação e condenou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), assumindo um tom mais agressivo do que vinha adotando até então. Antes, Tarcísio era visto como uma figura de equilíbrio dentro da direita, mantendo diálogo até com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A reação do governo foi rápida. No mesmo domingo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), rebateu as declarações do governador, afirmando nas redes sociais que Lula “não teme perder” as eleições.

Apesar da mudança de postura, ao deixar o evento no Rio, Tarcísio reafirmou que não pretende disputar a presidência em 2026 e reforçou seu apoio a Bolsonaro, que, no entanto, segue inelegível.