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    Tribunal do crime, que teria ordenado a morte de supostos assassinos de médicos, tem regras próprias e cruéis

    Assassinos dos médicos teriam sido submetidos ao tribunal do crime, que lhes imputou a pena de morte

    Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, o Ryan, encontrados mortos e suspeitos da execução de médicos (Foto: Reprodução/TV Globo )

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    Agenda do Poder - Os corpos dos quatro bandidos responsabilizados pelos assassinatos dos três médicos na Barra da Tijuca foram julgados por um tribunal do crime do Comando Vermelho, segundo apontam as investigações da polícia. Esses tribunais têm regras próprias para emitir a sentença e aplicar a pena, como explica a coluna Na Mira, do Metrópoles. Os cadáveres dos supostos assassinos dos médicos foram localizados pela Polícia Civil do Rio no fim da noite dessa quinta-feira (5/10). Dois dos quatro corpos foram identificados como Philip Motta e Ryan Nunes de Almeida. O Metrópoles apurou que líderes do CV ficaram indignados com o erro dos comparsas ao confundir as vítimas com milicianos e temerosos de que o crime provocasse um revide brutal das autoridades. 

    Segundo o site, os assassinos dos médicos teriam sido submetidos ao tribunal do crime, que lhes imputou a pena de morte. A decisão teria sido tomada por meio de uma videoconferência feita de dentro do presídio de Bangu 3. Geralmente, os condenados são torturados e, posteriormente, executados. Os criminosos submetidos ao tribunal são julgados por integrantes do alto escalão das facções. Eles integram setores que funcionam como uma espécie de “corregedoria”, a “disciplina”. Os indivíduos nessa posição são responsáveis por garantir o cumprimento das regras da organização, podendo aplicar punições caso elas sejam descumpridas. Para isso, é necessário um julgamento para definir a sentença, que pode ser espancamento, expulsão de casa e, em casos extremos, a morte. >>> Em coletiva sobre assassinato de médicos, Castro fala em "máfia" e exalta a polícia: "sabia a linha de investigação correta"

    Por telefone, videoconferência e, em alguns casos, pessoalmente, os líderes “batem o martelo” nos tribunais paralelos. Os “réus” são intimados verbalmente ou por mensagens de celular, com dia e horário do julgamento. Eles podem apresentar suas defesas e também levar testemunhas. Registros mostram que, em alguns casos, as vítimas são obrigadas a cavar suas próprias covas, nas quais entram e são executadas em seguida. As audiências são registradas em “ata”, e os condenados têm os nomes registrados no “livro da morte”.

    Fontes ouvidas pelo Metrópoles apontam que as execuções tiveram uma mudança no modus operandi. Antes, os “condenados” à pena de morte eram torturados durante dias. Em seguida, eram decapitados ou até mesmo tinham os corações arrancados. Os restos mortais era colocados em sacolas amarelas.

    O grupo responsável pela execução dos médicos era parte da conhecida “Equipe Sombra”, também investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A Polícia Civil segue a linha de investigação de que o médico Perseu Ribeiro Almeida, um dos mortos, foi confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir Pereira Barbosa, apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras. O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As testemunhas viram um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos. 

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