Vereadora do PT é presa após cobrar documentos em prefeitura administrada pelo PL (vídeo)

247 - A vereadora Karine Roza (PT) foi presa na tarde desta sexta-feira (16/08) quando estava a caminho do Fórum de Serro, em Minas Gerais. Imagens gravadas indicam truculência dos policiais militares (veja abaixo). Karine foi jogada no camburão e levada para a delegacia, onde até as 18h30 continuava detida.

Amigos da vereadora dizem que Karine havia estado na Secretaria de Saúde da Prefeitura, juntamente com a mãe de uma criança que morreu há alguns dias, sem atendimento médico. A mãe e a criança são quilombolas.

O menino estava passando mal quando a mãe chamou uma ambulância da prefeitura. A criança sofria de um mal cardíaco. O serviço, no entanto, não foi prestado, e foi por esta razão que a vereadora levou a mãe até a Secretaria. 

No local, a vereadora cobrou os registros da chamada da ambulância, com o objetivo de mover uma ação contra a administração municipal. O prefeito, Epaminondas Miranda, é do PL, o partido de Jair Bolsonaro.

“Ao chegar na Secretária junto com mãe da criança, dona Elza, solicitaram as papeladas para que pudessem dar entrada uma representação no Ministério Público. Os servidores se negaram e então Karine ressaltou o quanto o sistema é racista”, afirmou uma amiga da vereadora.

“A fala de Karine foi deturpada. A polícia foi acionada e, misteriosamente, chegaram de forma muito rápida. Havia somente policiais homens, que foram truculentos e agiram de forma ilegal ao tocarem na vereadora”, acrescentou.

"Ela está complemente arrasada e com muitas marcas em seu corpo, pela ação policial violenta", disse ainda.

Karine é a única parlamentar do PT na cidade e é conhecida pela combatividade. “Ela é uma aliada nossa na luta para evitar que mineradoras se instalem na cidade com sua prática predatória”, comentou Juliana, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração.

Juliana e outros ativistas foram até a delegacia para manifestar solidariedade à vereadora. 

A Polícia Militar ainda não se pronunciou. A prefeitura de Serro também se mantém em silêncio.