Viúva de homem morto em ação policial no Guarujá diz que reconheceu corpo apenas por fotografia

247 - A viúva de Cleiton Barbosa Moura, uma das 16 vítimas de uma operação policial no Guarujá, na Baixada Santista, disse que foi obrigada a fazer o reconhecimento do corpo do marido com base em apenas uma fotografia. “Não pude ver o corpo do meu marido. Me mostraram uma foto do pescoço para cima só para eu reconhecer mesmo”, disse a mulher, de acordo com o UOL.

“Eles [policiais] não escutaram a gente. O boletim de ocorrência foi feito só por eles. Nós só temos que dar a nossa versão. Eu não quero só paz. Quero justiça pelo que fizeram com o meu marido. Ele foi executado”, ressaltou a mulher que pediu para não ser identificada por temer represálias dos policiais.

Ainda conforme a reportagem, Cleiton teria sido arrastado pelos policiais para fora de sua residência quando estava com a filha de 10 meses no colo. Segundo parentes, ele teria sido levado para uma área de mangue na comunidade de Sítio Conceiçãozinha, no Guarujá (SP), onde foi morto. Ele trabalhava como ajudante de pedreiro, mas já havia sido preso por tráfico em 2020, segundo a família.

No boletim de ocorrência, os agentes relataram que o jovem de 24 anos teria corrido para um beco e atirado contra os policiais, o que resultou em um confronto que resultou na morte de Cleiton.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acusa a polícia de unificar relatos sob essa alegação. “Segundo sete BOs obtidos pelo UOL, três dos mortos dispararam contra os agentes e outros quatro teriam apontado a arma para os PMs.Segundo sete boletins de ocorrência obtidos pelo UOL, em três desses registros, as vítimas efetuaram disparos contra os agentes, enquanto outras quatro teriam apontado armas em direção aos PMs”, ressalta a reportagem.