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Witzel sugere que Braga Netto tenha adiado prisão dos assassinos de Marielle para proteger Bolsonaro nas eleições de 2018

"O Lessa morava no condomínio do candidato [Bolsonaro]. O matador da Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele momento?”, questiona o ex-governador

Wilson Witzel, Marielle Franco e Braga Netto (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil | Bernardo Guerreiro/Mídia NINJA | Isac Nóbrega/PR)

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247 - Após anos de investigações, o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em março de 2018, volta a ser tema de debate, e com acusações graves por parte do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Em entrevista a Paulo Cappelli, do Metrópoles, Witzel alegou que a cúpula da Polícia Civil já tinha conhecimento da identidade dos executores do crime desde 2018, mas optou por não agir, supostamente por motivações políticas.

Segundo Witzel, os delegados encarregados do caso na época, que respondiam diretamente aos generais Braga Netto e Richard Nunes, adiaram a prisão dos executores, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, com a justificativa de que estavam priorizando a identificação dos mandantes do assassinato. Witzel sugere que a demora na prisão dos assassinos tenha ocorrido por interesses eleitorais. Ele afirmou ter questionado os delegados sobre o caso durante a transição de governo, em 2018, e ficou surpreso ao saber que já havia informações sobre os executores. "Fiz uma reunião ainda antes de assumir, na transição de governo, e perguntei aos delegados: 'qual informação vocês têm do caso Marielle?'. Eles me disseram: 'nós temos a informação de dois executores'. Eu disse: 'ué, por que vocês não pediram a prisão deles ainda?'. [E eles responderam]: 'nós estamos esperando chegar no mandante'. Se eu perguntei [sobre o caso Marielle], quem estava aqui antes de mim [Braga Netto e Richard Nunes] deve ter perguntado também. É natural. A eleição foi em outubro [de 2018], eu fiz essa pergunta em novembro. E o Lessa morava no condomínio do candidato [Bolsonaro]".

Witzel sugeriu que os generais Braga Netto e Richard Nunes podem ter sido informados sobre a identidade dos executores e podem ter deliberadamente adiado as prisões para evitar repercussões políticas negativas para Bolsonaro, que era vizinho de Lessa. "Você imagina se essa informação é divulgada, se eles são presos na véspera da eleição. O matador da Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele momento?”.

As alegações de Witzel foram rebatidas pelo general Richard Nunes, que classificou as suspeitas como sem fundamento. Nunes argumentou que, se a intenção fosse prender os assassinos independentemente de interferências políticas, isso poderia ter sido feito imediatamente após a posse de Witzel, em janeiro de 2019. "Se essa hipótese [levantada por Witzel] fizesse sentido lógico, então ele não precisaria esperar março de 2019 para fazer a prisão. Bastava ele tomar posse em janeiro e determinar ao secretário de Segurança dele que fizesse isso. A prisão poderia ser feita logo após a posse".

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