'A polarização corrói valores republicanos', diz Mercadante em resposta a Eduardo Leite
Presidente do BNDES rebateu os ataques do governador gaúcho ao governo federal
247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, rebateu nesta terça-feira (13) os ataques do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao governo federal, e afirmou que as declarações recentes de Leite polarizam o país.
Segundo Mercadante, Leite, em vez de subir o tom de suas críticas ao governo do presidente Lula (PT), deveria reconhecer o apoio do BNDES ao estado afetado pelas enchentes em abril deste ano.
"O que esperamos: um elogio, um reconhecimento, um agradecimento. Sempre que tiver uma questão que mereça ser ajustada ou melhorada, ótimo, peça uma audiência. Nós sentamos e vamos trabalhar. Não é isso que temos visto. A polarização política no Brasil está corroendo os valores republicanos", disse Mercadante durante a apresentação do balanço de resultados do BNDES, no Rio de Janeiro. As declarações foram citadas pela Folha de S. Paulo.
"Os servidores do BNDES merecem um agradecimento das autoridades do Rio Grande do Sul, especialmente do governador, o qual até agora não veio", pontuou.
O banco está aprovando crédito para o estado a um ritmo seis vezes maior do que a média da instituição, afirmou Mercadante, acrescentando que os servidores da instituição estão "virando noites e finais de semana" para atender às demandas urgentes. Ele também mencionou que mais de R$ 10 bilhões já foram aprovados ou estão em processo de transferência para iniciativas de apoio ao estado.
"Queria mandar um recado, ou um apelo, ao governador do estado. Assim que ocorreu a tragédia, os servidores daqui se prontificaram de imediato a ir para o Rio Grande do Sul ajudar a enfrentar a crise. Largaram suas famílias, foram instalados em condições precárias para poder dar uma resposta imediata", emendou.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 50,5 bilhões em 30 de junho de 2024. Esse aumento de 17,7% é decorrente do ingresso de R$ 8 bilhões em recursos para financiar as medidas emergenciais criadas para auxiliar na recuperação da economia do Rio Grande do Sul. Apesar disso, o banco obteve, no 1º semestre de 2024, lucro líquido recorrente no valor de R$ 7,2 bilhões, um crescimento de 94% frente ao mesmo período de 2023 (R$ 3,7 bilhões). O resultado financeiro foi concentrado principalmente em ganhos de crédito e tesouraria.
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