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    Delator da Lava Jato diz ter gravado ilegalmente ex-governador e outras autoridades a mando de Moro

    Tony Garcia conta que era obrigado a manter em segredo a parceria ilegal com Moro e omitir tal informação de seus advogados

    Tony Garcia e Sergio Moro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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    247 - Em um novo desdobramento do caso que levou à prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa, em 2018, o delator Tony Garcia apresentou graves denúncias contra o ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e procuradores da força-tarefa de Curitiba. De acordo com o depoimento sigiloso de Garcia, obtido pela Veja, ele teria gravado clandestinamente o ex-governador e outras autoridades da República a pedido de Moro e dos procuradores envolvidos na Lava Jato.

    Segundo Garcia, as provas obtidas de forma ilegal eram produzidas em troca de promessas de benefícios na Justiça. O delator alega que era obrigado a manter em segredo a parceria ilegal com Moro e omitir tal informação de seus advogados. As acusações contra o ex-juiz foram feitas em depoimento à juíza Gabriela Hardt no ano de 2021, porém o caso ficou parado na 13ª Vara Federal de Curitiba até ser remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo juiz Eduardo Appio, atualmente afastado do cargo.

    Ao ser procurado para comentar as acusações, Moro negou veementemente as alegações do delator: "Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. A pedido do Ministério Público e com supervisão da Polícia Federal, resolveu colaborar com a Justiça em investigação de esquemas de tráfico de influência e corrupção, ocasião na qual foi autorizado a gravar seus cúmplices. Este tipo de diligência é autorizada pela lei. Nunca houve qualquer escuta clandestina de conhecimento do senador, à época juiz, Sergio Moro".

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