Fábrica de fertilizantes da Petrobras no Paraná deve gerar 5 mil empregos e estimular pesquisa e inovação
A retomada das atividades já tem o aval do presidente Lula, mas precisa ser consolidada pela diretoria executiva da empresa
247 - A reabertura da FAFEN-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), em Araucária, deve gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, conforme estimativa do Sindiquímica-PR. A expectativa é que a reativação da fábrica pela Petrobrás ocorra ainda no primeiro semestre deste ano.
A retomada das atividades já tem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas precisa ser consolidada pela diretoria executiva da empresa. Parada desde 2020, durante o governo Bolsonaro, a unidade deve receber investimentos na casa dos R$ 800 milhões para voltar a operar.
A reativação foi discutida durante reunião nesta terça-feira (06) na FAFEN-PR entre a deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT), representantes da unidade e do Sindiquímica-PR e Sindipetro-PR/SC. A retomada da FAFEN-PR beneficiará o setor agropecuário, diminuindo a dependência de produtos importados da Europa e Ásia e reduzindo a pressão sobre os preços provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Antes da paralisação, a FAFEN-PR produzia parte significativa da ureia e amônia do mercado brasileiro, matérias-primas utilizada na fabricação de fertilizantes. Com a redução do custo de produção a partir da maior disponibilidade de produtos nacionais, espera-se que haja diminuição também no preço dos alimentos.
“A FAFEN-PR foi hibernada de forma criminosa, paralisando um setor importante da nossa indústria. A reabertura é importante pelos empregos gerados, pela competividade do nosso estado e pela necessidade de produzir fertilizantes e mover o setor agrícola”, disse a deputada presente na reunião, completando: “não podemos desperdiçar toda essa estrutura. A reabertura vai aquecer a economia e gerar empregos e renda”.
PESQUISA E INOVAÇÃO - Além da geração de empregos e do estímulo à agricultura, a reabertura deve estimular o desenvolvimento de Araucária e RMC (Região Metropolitana de Curitiba) em outras áreas – uma delas a de pesquisa e inovação.
Em paralelo às tratativas para a retomada das atividades na fábrica, parlamentares e lideranças articulam a instalação de um campus do IFPR (Instituto Federal do Paraná), com cursos que dialoguem com cadeia produtiva local, aproveitando o potencial produtivo. Ana Júlia faz parte do movimento, defendendo que “a instalação do IFPR impulsionará um polo de pesquisa". O grupo defende a criação de um campus na região metropolitana Sul, próximo à FAFEN-PR, para buscar inovação tecnológica e sustentabilidade.
O potencial é enorme, avalia a deputada, uma vez que a região conta também com uma refinaria da Petrobrás – a Repar --, além de outras indústrias de grande porte.
EMPREGOS - Dos 5 mil empregos que devem ser gerados, 1 mil são postos diretos. As contratações priorizarão os trabalhadores demitidos em 2020, conforme o Sindiquímica-PR. A medida tem justificativa social e técnica. São pessoas com experiência e que conhecem o funcionamento da fábrica. Em algumas posições, leva-se até 5 anos para preparar o profissional para a função, mesmo com formação teórica. A operação é complexa e envolve extremos, com temperaturas em alguns equipamentos que variam de -70°C a 200°C.
“A reabertura atende uma questão social, que é o emprego, sendo estratégica para desenvolvimento de um polo petroquímico no Paraná e fundamental para uma agricultura com qualidade no país”, afirma o diretor do Sindipetro, Ricardo Marinho.
A reativação puxará o crescimento da cadeia produtiva. No entorno da unidade, há várias empresas que prestavam serviços à FAFEN-PR que estão paradas, aguardando a retomada das atividades. "A reativação contribuirá para o desenvolvimento tecnológico, além de Araucária e região, também da Lapa, Contenda, São José, Fazenda Rio Grande, Campo Largo e Cidade Industrial de Curitiba", complementa o diretor do Sindipetro.
SUSTENTABILIDADE - A FAFEN-PR utilizava como matéria-prima resíduos da REPAR, que fica ao lado, o que verticalizava e integrava parte da produção.
A capacidade produtiva por dia é de 2 mil toneladas de ureia, 1.300 toneladas de amônia e 1.680 toneladas de Arla 32 – este último utilizado pela indústria automotiva em catalizadores para reduzir a emissão de gases poluentes.
Em um segundo momento, a FAFEN tem planos para a fabricação de fertilizantes a partir de plástico reciclado, o que deve contribuir para a sustentabilidade e incentivar a cadeia da reciclagem.
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