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    Fórum Social Mundial pautou debates e fortaleceu sociedade civil

    Para fundador, sustentabilidade e desigualdade entraram na agenda

    Suelen Gon硬ves, professora universitᲩa doutora em Sociologia, fala no painel Por um Brasil feminista e antirracista do Frum Social Mundial (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agꮣia Brasil)

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    Agência Brasil - Termina hoje (28), em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial (FSM), com o Festival Social Mundial no Parque da Redenção, que fica no bairro do Bonfim, na região central da cidade. O último evento inclui atividades de poesia, circo, pintura e shows, com início previsto para o fim da tarde.

    Em conversa com a Agência Brasil, durante a semana, um dos fundadores do fórum, Oded Grajew, explicou que a ideia do evento sempre foi debater pautas sociais, de inclusão, diversidade, sustentabilidade e democracia. De acordo com ele, nesses 21 anos o evento teve muito sucesso em pautar esses temas na sociedade como um todo.

    “Eram assuntos que não eram muito falados. Era muito falada a questão neoliberal da economia, mas a questão do meio ambiente, sustentabilidade, democracia, redução desigualdades, entraram na agenda e acho que o Fórum Social Mundial tem a ver com isso”.

    Grajew destaca também que o fórum fortaleceu as conexões entre os movimentos e entidades sociais e a demonstração de força da sociedade civil.

    “É uma aposta na articulação da sociedade civil para levar adiante essas pautas. E ela se articulou mundialmente, o fórum é mundial e se desdobra em fóruns locais, temáticos, regionais. E a gente viu o resultado agora na resistência ao golpe, a sociedade civil reagiu, se articulou, se movimentou, mobilizou. Eu acho que as eleições agora, a vitória do Lula, a resistência ao golpe, tem a ver muito com a força da sociedade civil, que se fortaleceu no Fórum Social Mundial”.

    Diversidade de temas

    Durante toda a semana, a cidade recebeu debates sobre os mais diversos temas. Um deles, sobre a inclusão da mulher e dos negros nas políticas públicas, contou com a participação da ex-deputada Manuela D’Ávila.

    “A gente precisa reconhecer que só vai existir um Brasil justo e desenvolvido se ele for para todo o povo brasileiro. O povo brasileiro não são os homens brancos. Eles são também parte do povo brasileiro, são parte. Nós não somos o nicho, né? Nós somos o povo brasileiro. Eles são o povo brasileiro, as pessoas negras são o povo brasileiro. A gente precisa desconstruir essa ideia de que o feminismo é sobre o nicho e o sujeito universal é um homem branco”.

    Também foram debatidos temas como a economia solidária, a sustentabilidade e produção de alimentos, a democratização da mídia, a participação social e a questão indígena. Foram seis dias, com 170 atividades autogestionadas, as que são organizadas pelos próprios movimentos, assim como oficinas, intervenções artísticas, rodas de conversa e atividades culturais.

    Além de sete grandes mesas de debates organizadas pelo comitê facilitador do fórum, que contaram com a participação dos ministros Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, e Marina Silva, do Meio Ambiente. Pelo menos 1.500 pessoas se inscreveram previamente para participar das atividades.

    O Fórum Social Mundial foi criado em 2001, em Porto Alegre, para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial, que ocorre anualmente em Davos, na Suíça. Já foram organizadas edições na Índia, no Quênia, em Senegal, e na Tunísia, além de outras cidades brasileiras, como Belém e Salvador.

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