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    IPCA não justifica pressão por corte de gastos, diz Gleisi

    A presidente do PT aproveitou para criticar a política monetária do Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto

    Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

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    247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (8) que o leve aumento no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não pode ser justificativa para representantes do mercado defenderem um corte de gastos.

    "A inflação não é de demanda, claramente é de oferta, ocasionada pela crise climática e pelo aumento do dólar que é o maior vilão. Não é aumentando os juros e cortando benefícios do povo para pagar essa conta que vamos conter inflação. O mais urgente é o BC atuar no mercado de câmbio, o que ele pode e tem a obrigação de fazer", escreveu Gleisi.

    "O mercado está assanhado com o aumento do IPCA e dá-lhe pregar que precisa fazer urgente um pacote de cortes no orçamento do governo para conter a inflação, se não acontecerá o que aconteceu nos EUA, onde a inflação teria dado a vitória ao Trump", acrescentou.

    Quando se investe menos, há uma quantidade menor de dinheiro circulando na economia. As pessoas, teoricamente, veem o poder de compras diminuindo. Neste caso a inflação precisa baixar. Representantes do mercado usam o IPCA como um dos argumentos para o corte de gastos, mas essa medida retira direitos sociais, trabalhistas, deixa o povo com menos poder de consumo e prejudica a economia.

    Leia a íntegra da postagem feita por Gleisi:

    O mercado está assanhado com o aumento do IPCA e dá-lhe pregar que precisa fazer urgente um pacote de cortes no orçamento do governo para conter a inflação, se não acontecerá o que aconteceu nos EUA, onde a inflação teria dado a vitória ao Trump. Será isso mesmo? Do que decorre nossa inflação? Segundo o IBGE, em matéria da FSP, o resultado de outubro foi influenciado pelo aumento nos preços da energia elétrica residencial, que subiram 4,74% depois que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acionou a bandeira vermelha, por causa da seca, fazendo a energia atingir seu maior preço; Esse aumento, por sua vez, provocou alta nos grupos habitação (1,49%) e alimentação e bebidas (1,06%), que também foram impulsionados pelo aumento do preço das carnes (5,81%). O IBGE credita esse aumento ao menor abate de animais, maior número de exportações em outubro, provocado pela valorização do dólar frente ao real, e a questões climáticas. "Temperaturas mais quentes reduzem a qualidade do pasto e às vezes fazem com que os produtores tenham que migrar o gado para confinamento, o que gera maiores custos", afirma André Almeira, gerente de IPCA do IBGE. Isso posto, o que têm a ver os cortes no orçamento do governo com o combate à inflação? Para reduzir o poder de compra da população estimulado pelos programas sociais e pela Previdência? Mas a inflação não é de demanda, claramente é de oferta, ocasionada pela crise climática e pelo aumento do dólar que é o maior vilão. Não é aumentando os juros e cortando benefícios do povo para pagar essa conta que vamos conter inflação. O mais urgente é o BC atuar no mercado de câmbio, o que ele pode e tem a obrigação de fazer. Vamos lembrar aqui que foram 127 intervenções nesse mercado durante o governo Bolsonaro e apenas 2 durante o governo Lula. E se é para pagar a conta dos juros estratosféricos que já aumentaram, então tem de rever subsídios, desonerações fiscais, que atingem hj mais de $ 500bi, outras despesas financeiras e começar a baixar a taxa Selic que realimenta a dívida, com juros que já atingem $ 700 bi por ano. Se falar de despesas do Judiciário e do Legislativo. Não é justo nem certo o povo pagar novamente a conta pela crise climática que já o castigou. Tá errada essa ciranda e o presidente Lula tem toda razão em criticar e agir com cautela e responsabilidade diante de toda essa pressão. Foi eleito pelo povo e não pelo mercado.

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