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    Paulo Paim: "não pouparei esforços para que este crime seja punido"

    Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, Paulo Paim, afirmou que “não poupará esforços” visando a punição dos assassinos de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour

    Em discurso, à tribuna, senador Paulo Paim. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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    247 - O senador e Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, Paulo Paim (PT-RS), afirmou, em nota, que “não poupará esforços” visando punir os responsáveis pelo assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por dois seguranças de uma loja do Carrefour, em Porto Alegre. O crime aconteceu na noite desta quinta-feira (20) véspera do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. 

    No texto, Paim ressalta que recebe “há meses notícias da imprensa sobre violência, intolerância e discriminação racial acontecidas nas dependências do Grupo Carrefour. Isto posto, convidei o Grupo Carrefour para participar de reunião ou live a fim de aprofundar o tema, até porque casos como esse não podem ficar sem um debate aprofundado”. 

    Confira a íntegra da nota do senador Paulo Paim. 

     Na condição de Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal repudio veementemente mais um ato covarde e criminoso contra pessoa negra. Assisti com tristeza e indignação mais uma vez atos de intolerância e de discriminação racial ocorridos contra um Homem negro que foi espancado em instalações do Carrefour, desta vez até a morte, na capital do meu Estado, Porto Alegre – RS. A vítima é João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos.
    Ao tempo que apresento minhas sinceras condolências à família do Senhor João Alberto, afirmo que não pouparei esforços para que este crime seja punido e reafirmo que combato firmemente a intolerância e a discriminação de toda espécie. Esta atitude não irá esmaecer nossas conquistas sociais.
    Com tristeza, recebo há meses notícias da imprensa sobre violência, intolerância e discriminação racial acontecidas nas dependências do Grupo Carrefour.
    Isto posto, convidei o Grupo Carrefour para participar de reunião ou live a fim de aprofundar o tema, até porque casos como esse não podem ficar sem um debate aprofundado. Informei, inclusive, que ocorrerá uma live hoje com a temática do racismo, da qual eles podem participar. De todo modo, como o debate com o grupo é imprescindível, caso não possam participar hoje, solicitei que indiquem uma data, o quanto antes.
    Tudo isso em atendimento ao clamor da população, que acompanha estarrecida os acontecimentos dessa natureza naquela instituição, como por exemplo:
    1) Em Recife, o corpo do Senhor Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja seguisse em funcionamento e permaneceu no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML);
    2) Em setembro, deste ano, no Rio de Janeiro, a Senhora Nataly Ventura da Silva, de 31 anos, foi surpreendida com a frase “só para branco usar” escrita em seu avental e assinada por um colaborador do Grupo Carrefour;
    3) Em maio de 2019, a 5ª Vara do Trabalho de Osasco identificou condições consideradas degradantes para os empregados porque o Carrefour estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro;
    4) Em dezembro de 2018, um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário;
    5) Em outubro de 2018, funcionários da empresa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, agrediram Luís Carlos Gomes, porque ele abriu uma lata de cerveja dentro da loja. Surpreendido pelos trabalhadores, o cliente reiterou que pagaria pelo item. Mesmo assim, ele foi perseguido pelo gerente da unidade e por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde recebeu um mata-leão.
    6) Em 2009, seguranças da rede de hipermercados agrediram o vigia e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele teria sido confundido com um ladrão e foi acusado de roubar o próprio carro, um EcoSport. Vamos continuar nossa luta pelo respeito, proteção e dignidade de cada ser humano. Vidas negras importam. Todas as vidas importam.

    Senador Paulo Paim

    Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal

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