Especialista alerta para risco de surto no litoral se espalhar por São Paulo
Especialistas em saúde pública alertam para os riscos relacionados ao surto
247 - Especialistas em saúde pública alertam para os riscos relacionados ao surto de virose registrado no município do Guarujá, litoral paulista. Embora a propagação até a capital do estado seja incerta, a situação requer monitoramento constante. A notícia foi divulgada originalmente pelo portal Metrópoles.
Segundo o infectologista Renato Kfouri, a prioridade é identificar o agente causador do surto — seja ele um vírus, uma bactéria ou outro organismo — para compreender o potencial de contaminação. “É uma doença de verão. Costuma acontecer mais no litoral. Mas, de novo, para saber se vai se espalhar até outros locais, só sabendo o agente etiológico”, explicou o especialista.
Investigação é crucial
Para determinar a origem e a natureza do surto, Kfouri destaca a importância de coletas representativas de amostras biológicas dos pacientes afetados. “É importante que as autoridades sanitárias façam uma investigação desses casos, com coleta de material de pessoas doentes, como fezes, vômito, secreção, e mandem para análise em laboratório”, afirmou. Ele destacou ainda que vírus são os principais suspeitos devido à rapidez de transmissão.
A infectologista Mirian Dal Ben também acredita que o norovírus é o agente mais provável. “Muito provavelmente, é um surto de gastroenterocolite viral e, se pudesse chutar, diria que é norovírus”, disse. Ela alertou que existe a possibilidade de o surto se espalhar pela capital, uma vez que turistas podem retornar para casa ainda na fase de transmissão. “Podem ter contato com outras pessoas, em casa ou no trabalho, e acabar dando origem a outros casos secundários”.
Riscos e prevenção
Entre os maiores desafios está a sobrecarga nos sistemas de saúde. “O número de pessoas que visitam os serviços de emergência acaba aumentando muito. Atrapalha o atendimento de outras doenças, dos infartos, dos acidentes”, destacou Kfouri. Ele também lamentou as precárias condições sanitárias enfrentadas por muitos turistas no litoral.
A diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, Alessandra Lucchesi, foi categórica ao afirmar que é improvável que o surto se alastre significativamente. “A gente ainda está investigando a causa de uma possível fonte comum, principalmente no município do Guarujá”, declarou. Entretanto, Lucchesi ressaltou a importância da prevenção e da higienização correta das mãos para evitar a transmissão fecal-oral.
O programa estadual Pró-Água monitora continuamente a qualidade da água e do esgoto no litoral paulista, enquanto equipes da vigilância sanitária realizam fiscalizações e investigações diante de qualquer anormalidade. “Frente a qualquer alteração no número de atendimentos, a gente recomenda que seja iniciada a investigação, mesmo diante de um rumor”, concluiu Lucchesi.
Cenário atual
Com o verão em pleno curso e o aumento da aglomeração no litoral, as autoridades continuam monitorando a situação no Guarujá e reforçam a necessidade de medidas preventivas. Enquanto isso, especialistas aguardam os resultados das análises laboratoriais para identificar o agente causador do surto e orientar as próximas ações.
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