Opas alerta para casos de dengue na América Latina

247 - A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu, nesta terça-feira (11), um alerta para o risco de surtos de dengue devido à circulação do sorotipo DENV-3 nas Américas. De acordo com a instituição, além do Brasil, o sorotipo 3 da dengue está presente em outros países: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto Rico.

Em relação ao número de casos prováveis de dengue, o Brasil registrou, até o momento, 257.284 casos e 72 óbitos pela doença, uma redução de 63% no número de casos prováveis em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2024, o país registrou 698.482 casos prováveis e 617 óbitos pela doença. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses.

As principais orientações da organização dizem respeito à vigilância, manejo de casos, adequação dos serviços de atendimento à saúde, diagnóstico, medidas de prevenção, comunicação e participação da comunidade. O Ministério da Saúde vem implementando essas medidas desde 2023, o que resultou na instalação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) e no lançamento do Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses.

O DENV-3 é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença. Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas.

“Esse alerta é importante para que esses países — com o aumento no número de casos de dengue — também possam elaborar ações para a redução do impacto da doença, protegendo não apenas seu próprio território, mas também os países vizinhos. No ano passado, o Ministério já havia detectado o DENV-3 no Brasil e, desde então, vem ampliando a vigilância das arboviroses em uma ação conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a população”, destacou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel.

No início do ano, a pasta publicou um alerta para os novos gestores municipais sobre o aumento de casos de dengue e chikungunya no Brasil no período 2024/2025, além de recomendações a gestores para um possível agravamento do quadro nos primeiros meses de 2025.

Novas Tecnologias

O Ministério da Saúde afirmou que vem implementando novas tecnologias para a redução do impacto da dengue, Zika e chikungunya no país, tais como: Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), insetos estéreis, método Wolbachia e vacina contra a dengue.

Em relação à vacinação, o Brasil adquiriu toda a produção que o laboratório disponibilizou para compra. Em 2024, foram 6,5 milhões de doses e, em 2025, serão 9,5 milhões. Devido à baixa quantidade de vacinas, o país está imunizando crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos em 1.921 municípios. A decisão foi alinhada com os estados e municípios.

Além das novas tecnologias, a pasta orienta a população a dedicar 10 minutos por semana à eliminação de focos do mosquito, já que 80% deles estão dentro ou nos arredores das residências.

O Ministério informou ainda que distribuiu, de forma inédita, 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue em todos os estados. Desses, 4,5 milhões estão em distribuição, enquanto os 2 milhões restantes serão mantidos como estoque estratégico para atender localidades que possam apresentar um aumento no número de casos e necessitem de uma resposta rápida no diagnóstico (com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde).