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      China reforça parceria com o Brasil e propõe novo ciclo de cooperação estratégica no comércio e na indústria

      Presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional propõe expansão da cooperação em setores emergentes

      Presidente do CCPIT, Ren Hongbin (Foto: Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A cidade de São Paulo recebeu nesta sexta-feira (28/3) o Fórum Econômico e Comercial China–Brasil, no escritório Pinheiro Neto Advogados, ocasião em que o presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), Ren Hongbin, proferiu discurso destacando os avanços da parceria estratégica entre os dois países e propôs uma nova etapa de cooperação econômica, com foco em inovação, sustentabilidade e reestruturação das cadeias produtivas. 

      Representando o governo chinês e acompanhado de uma delegação empresarial composta por mais de 40 companhias, Ren Hongbin destacou a importância da visita ao Brasil como um desdobramento direto do compromisso firmado entre os presidentes Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2023 elevaram as relações bilaterais ao nível de “comunidade de futuro compartilhado”. “China e Brasil são bons amigos, apesar da distância oceânica”, afirmou o dirigente. “Esta parceria tem grande valor histórico e atual, especialmente diante dos desafios globais que enfrentamos.”

      Cooperação consolidada e metas futuras

      Ren enfatizou os resultados expressivos do comércio bilateral, que somou US$ 188,1 bilhões em 2024 — um crescimento de 3,5% em relação ao ano anterior. A China segue como o principal parceiro comercial do Brasil, com destaque para a importação de carnes, mel, vinho, café e outros produtos agropecuários de qualidade. Além disso, o investimento direto chinês no Brasil já ultrapassa os US$ 70 bilhões, com mais de 300 empresas chinesas atuando em solo brasileiro.

      “A parceria entre os dois países já deu origem a marcos importantes como o satélite CBERS [Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres] e o projeto de transmissão de energia Belo Monte,” destacou Ren. Segundo ele, os acordos que estão sendo assinados nesta visita — incluindo compras de soja e cooperação em mineração de níquel — são exemplos do potencial ainda inexplorado da aliança econômica sino-brasileira.

      Novos horizontes para as cadeias globais de suprimentos

      Outro ponto central da fala de Ren Hongbin foi o convite à participação brasileira na terceira edição da Exposição Internacional de Promoção da Cadeia de Suprimentos, que será realizada em julho de 2025, em Pequim. O evento, segundo ele, é o primeiro do mundo dedicado exclusivamente ao tema das cadeias de suprimento e já contou com forte presença brasileira em edições anteriores.

      “Esperamos aprofundar a colaboração industrial e tecnológica com o Brasil em áreas como transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração verde”, afirmou. Ele também destacou o papel complementar entre as duas economias, especialmente no que diz respeito à estrutura produtiva e aos recursos naturais.

      Ren recordou que autoridades do estado do Rio Grande do Sul, como o governador Eduardo Leite, já participaram do evento e iniciaram parcerias com empresas chinesas, como a Jiangsu Famsun, no setor de equipamentos para agronegócio.

      Integração multilateral e protagonismo do Sul Global

      Ren Hongbin dedicou a parte final de seu discurso a defender a importância de fóruns multilaterais como o BRICS e o G20 para fortalecer a voz dos países em desenvolvimento. Ele salientou que, como membros do “Sul Global” e de importantes organizações internacionais, Brasil e China devem se unir em defesa do livre comércio e da economia aberta, além de promover reformas que deem mais representatividade às nações emergentes nos organismos de governança global.

      “Vamos trabalhar juntos para criar um ambiente econômico internacional mais aberto, inclusivo e justo”, declarou. O CCPIT, segundo Ren, intensificará sua atuação no BRICS Business Forum, e buscará novas formas de articulação com entidades brasileiras para ampliar o intercâmbio empresarial no âmbito multilateral.

      Um novo capítulo nos “próximos 50 anos de ouro”

      Encerrando seu discurso com citações da poesia chinesa e da sabedoria popular latino-americana, Ren evocou o espírito de amizade e solidariedade entre os dois povos. “A verdadeira amizade transcende a distância”, disse, citando versos clássicos e expressões culturais que simbolizam os laços profundos entre China e Brasil.

      “Nosso objetivo é ajudar a construir os próximos 50 anos dourados da relação sino-brasileira, com resultados concretos, diálogo contínuo e cooperação mútua”, concluiu.

      A realização do fórum e da visita empresarial ocorre num contexto de aproximação política e econômica crescente entre os dois países, com potencial para redefinir as bases do comércio internacional e do desenvolvimento sustentável na região.

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