<p><b>247 - </b>A Grécia viveu, nesta sexta-feira (28), um dia de forte mobilização social, marcado por greves e manifestações para lembrar os dois anos do pior desastre ferroviário da história do país. Ao todo, 325 mil pessoas se reuniram em todo o território para homenagear as 57 vítimas da colisão entre dois trens em 2023, a maioria estudantes. O protesto superou em número de participantes a manifestação que ocorreu logo após o acidente, refletindo a crescente indignação da sociedade grega com a lentidão das investigações e a falta de responsabilização das autoridades.</p>
<p>De acordo com a <a href="https://www.rfi.fr/br/europa/20250228-a-gr%C3%A9cia-mata-seus-filhos-protesto-para-marcar-dois-anos-de-acidente-de-trem-re%C3%BAne-325-mil-pessoas">RFI</a>, a polícia estima que mais de 325 mil pessoas foram às ruas em diversas cidades gregas. Em Atenas, cerca de 180 mil manifestantes tomaram a região da Praça Syntagma, em frente ao Parlamento, onde a mobilização começou com a leitura dos nomes das 57 vítimas</p>
<p>Entre os familiares, estava a pediatra Maria Karystianou, que se tornou uma das principais vozes da luta por justiça. “Neste crime trágico, perdi minha filha de 19 anos. Infelizmente, dois anos depois, ainda não sabemos o que realmente aconteceu e o que custou tantas vidas”, disse ela. “Na Grécia, os crimes de Estado quase sempre ficam impunes. Nenhum representante político assume responsabilidade e ninguém é punido. Mas, neste caso, toda a sociedade exige uma mudança: que a justiça faça seu trabalho e que os responsáveis sejam condenados”, enfatizou.</p>
<p>Entre as faixas erguidas na Praça Syntagma, uma das mais impactantes dizia: "A Grécia mata seus filhos". O clamor popular por justiça tem sido maior do que o registrado logo após o desastre. "Queremos que justiça seja feita", bradou Dimitris Korovesis, manifestante de 16 anos, em meio a uma multidão que exigia respostas sobre as causas da colisão frontal.</p>
<p>A manifestação em Atenas, porém, não foi pacífica em sua totalidade. Durante a marcha, houve confrontos que deixaram cinco feridos, segundo os serviços de emergência. Grupos radicais atiraram pedras e coquetéis molotov contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo.</p>
<p>A tragédia ocorreu em 28 de fevereiro de 2023, pouco antes da meia-noite, quando um trem de passageiros que viajava entre Atenas e Tessalônica, com mais de 350 pessoas a bordo, colidiu frontalmente com um trem de mercadorias no Vale de Tempe, a cerca de 350 km da capital.</p>
<p>A indignação da população cresceu ainda mais após a divulgação, em janeiro de 2025, de uma gravação feita por uma das vítimas. No áudio, uma jovem presa no trem diz: "Estou ficando sem oxigênio". Para os manifestantes, essa frase comprova que algumas vítimas não morreram apenas pelo impacto da colisão, mas também devido à explosão e ao incêndio que se seguiram. O desabafo se tornou um dos principais slogans da mobilização: "Neste país, nos falta oxigênio".</p>
<p>Em solidariedade às famílias das vítimas, a Grécia também foi paralisada por uma greve geral de 24 horas. A mobilização contou com a adesão de diversos setores, incluindo metalúrgicos, eletricistas, farmacêuticos e médicos.</p>
<p>Diante da pressão crescente, o primeiro-ministro conservador Kyriakos Mitsotakis reconheceu que o desastre se tornou um "trauma coletivo" para a Grécia. No entanto, os manifestantes exigem mais do que reconhecimento: querem respostas concretas e a punição dos responsáveis.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="en" dir="ltr">🟡 NOW: Greece is at a standstill as hundreds of thousands join a general strike on the second anniversary of the country’s deadliest rail disaster. The train crash, caused by institutional failure, killed 57 two years ago. <a href="https://t.co/Hw8Mb0muJh">pic.twitter.com/Hw8Mb0muJh</a></p>&mdash; red. (@redstreamnet) <a href="https://twitter.com/redstreamnet/status/1895436122366628209?ref_src=twsrc%5Etfw">February 28, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>@redstreamnet/X: <i>A Grécia está paralisada enquanto centenas de milhares de pessoas se juntam a uma greve geral no segundo aniversário do desastre ferroviário mais mortal do país.</i></p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="en" dir="ltr">🟡 Happening now: Greece is on fire as a nationwide strike brings the country to a standstill. Riot police deployed tear gas, water cannons, mass arrests, and excessive violence. Protesters tried to breach barricades and storm the parliament in the capital Athens. <a href="https://t.co/YS8ZeiVBkn">pic.twitter.com/YS8ZeiVBkn</a></p>&mdash; red. (@redstreamnet) <a href="https://twitter.com/redstreamnet/status/1895508403491148077?ref_src=twsrc%5Etfw">February 28, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>@redstreamnet/X: <i>A Grécia está pegando fogo e uma greve nacional paralisa o país. A polícia de choque usou gás lacrimogêneo, canhões de água, prisões em massa e violência excessiva. Os manifestantes tentaram romper barricadas e invadir o parlamento na capital Atenas.</i></p>

Paulo Emilio

Protestos terminaram em confronto na Grécia

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Confrontos e greve geral marcam protestos por acidente de trem na Grécia (vídeo)

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Confrontos e greve geral marcam protestos por acidente de trem na Grécia (vídeo)