247 – Em <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/10/pt-pediu-vaga-no-tcu-para-apoiar-hugo-motta-e-vai-indicar-proximo-ministro-diz-lira.shtml">entrevista</a> à Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), revelou que o PT garantiu o direito de indicar um nome para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) como parte do acordo para apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara. “O PT solicitou a indicação da bancada deles. Eles reclamam que politicamente nunca tiveram um representante no TCU”, afirmou Lira, destacando o compromisso firmado entre as partes.
O acordo político se torna ainda mais relevante diante das aposentadorias previstas de dois ministros do TCU, que abrirão vagas no tribunal até 2027. Segundo Lira, a promessa de uma indicação do PT ao TCU foi oficializada. “Com o PT, sim, de eles indicarem a vaga no TCU”, confirmou ele, trazendo à tona as complexas negociações que têm dominado a disputa pela presidência da Casa.
Em seu relato sobre a escolha de um sucessor para a presidência da Câmara, Lira afirmou que trabalhou para construir uma candidatura que unisse diferentes setores, mantendo discrição sobre os nomes. “Procurei trabalhar o tempo todo para construir uma candidatura que unificasse, que pudesse convergir”, comentou, reforçando que sua condução buscou diálogo entre partidos e unidade interna. “A Casa queria uma oportunidade de ter um candidato mais do meio”, explicou.
Além da vaga no TCU, Lira abordou outros temas centrais, como a criação de uma comissão especial para analisar o Projeto de Lei da Anistia sobre o 8 de janeiro. O parlamentar alegou que a questão vinha sendo “inapropriadamente usada para eleição na Mesa” e destacou a comissão como uma solução equilibrada para o debate. “Nós vamos dar a solução para isso dentro do meu mandato, conversando e ouvindo muito, como sempre faço”, disse.
Ao ser questionado sobre as chances de alianças com partidos como o PSD e o União Brasil, Lira se mostrou positivo. “Fiz questão de me referir ao [Antonio] Brito e ao Elmar, além de parceiros, como amigos de vida”, acrescentou, destacando a importância de manter relações sólidas e duradouras no ambiente político.
Na entrevista, Lira ainda comentou sobre a interferência entre os Poderes, uma questão sensível nos bastidores do Congresso. “A sobreposição de um Poder sobre o outro, seja ele qual for, é muito ruim”, afirmou, defendendo o equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário.
O movimento do PT para a vaga no TCU, a formação de blocos com o PL, partido de Jair Bolsonaro, e as articulações para a sucessão de Lira na Câmara evidenciam um cenário de alianças estratégicas e trocas de apoio. Lira encerrou a entrevista refletindo sobre sua trajetória política: “A política criou um estereótipo de que político bom é aquele que dá tapinha nas costas. Não minto, não blefo, faço a política reta”.

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Lira diz que PT trocou apoio a Hugo Motta por vaga no TCU

247 – O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou em <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/11/01/entrevista-uma-reforma-ministerial-nao-mudaria-o-quadro-politico-para-2026-diz-baleia-rossi-presidente-do-mdb.ghtml">entrevista</a> ao Globo, que o fato de o partido ocupar três ministérios no governo Lula não condiciona sua decisão para a eleição presidencial de 2026. Rossi também acredita que uma eventual reforma ministerial não teria força para assegurar a adesão das legendas de centro ao projeto petista, indicando que o cenário político está mais aberto do que o governo poderia esperar. "Temos uma relação colaborativa com o governo, mas nada nos impede de discutir livremente nossa posição para 2026", disse Rossi, reforçando que o apoio do MDB está em aberto.
Após recuperar prefeituras importantes, o MDB vem se fortalecendo nacionalmente, o que, segundo o deputado, traz novas possibilidades de protagonismo para a legenda. "O resultado das eleições municipais foi positivo para o partido e nos dá perspectiva de eleger mais deputados, senadores e governadores", analisou. Em São Paulo, a vitória de Ricardo Nunes aumentou a relevância da sigla no estado e destacou o partido como uma força de centro moderada, distante da radicalização, afirmou.
Rossi pondera que, apesar da recente aliança com o governo Lula, o MDB ainda carrega uma diversidade regional que permite diferentes articulações e alianças. Em estados como São Paulo, o MDB está na base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto no Nordeste há maior proximidade com governos petistas. "Cada estado tem sua realidade, e essa pluralidade será considerada na discussão para 2026", explicou, acrescentando que a decisão definitiva sobre o apoio do partido só deve ocorrer no segundo semestre de 2025.
Reforma ministerial e cenário político
Questionado sobre uma possível reforma ministerial, Rossi minimizou o impacto de novas nomeações. Para ele, ampliar o número de ministérios para partidos aliados dificilmente modificaria o quadro político atual. "Não acho que a questão política vai se resolver com mais cargos. O MDB não está buscando expandir sua participação no governo", ressaltou.
Sobre a antecipação do apoio do MDB ao deputado Hugo Motta (Republicanos) para a presidência da Câmara dos Deputados, Rossi destacou que esse alinhamento é importante para a estabilidade política, mas reforçou que o partido não pretende vincular sua relação com o governo a concessões ou trocas de cargos. "Nossa postura não é de 'toma lá, dá cá', e buscamos um entendimento que ajude na pauta legislativa e, consequentemente, no avanço de propostas fundamentais para o país", concluiu.

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Lira diz que PT trocou apoio a Hugo Motta por vaga no TCU

Baleia Rossi diz que MDB não está amarrado à reeleição de Lula