<p><b>247 - </b>O juiz federal Edward Chen, da California, suspendeu a decisão do governo do presidente <a href="https://www.brasil247.com/search?term=trump">Donald Trump </a>de revogar o Status de Proteção Temporária (TPS) para centenas de milhares de venezuelanos nos Estados Unidos. A medida representa um alívio para aproximadamente 350 mil imigrantes que estavam sob risco iminente de deportação. ​As informações são da agência Reuters.</p>
<p>O magistrado argumentou que a decisão de encerrar o TPS causaria "dano irreparável a centenas de milhares de pessoas" e resultaria em prejuízos econômicos significativos para os <a href="https://www.brasil247.com/search?term=EUA">EUA</a>. Ele também destacou que o Departamento de Segurança Interna não apresentou justificativas adequadas para a revogação das proteções, classificando a medida como "arbitrária" e "caprichosa". ​</p>
<h3>O que é o TPS?</h3>
<p>O TPS é concedido a estrangeiros que não podem retornar com segurança aos seus países devido a conflitos armados, desastres naturais ou outras condições extraordinárias. No caso dos venezuelanos, o status foi amplamente concedido durante o mandato do democrata Joe Biden, que apontou a grave crise humanitária e a instabilidade política na Venezuela como justificativas para a proteção. ​</p>
<p>A administração Trump tentou revogar essa proteção poucos dias após seu retorno à Casa Branca, em janeiro. O presidente argumentou que os EUA estão enfrentando uma "invasão" de migrantes "criminosos", frequentemente associando os venezuelanos a atividades ilícitas.&nbsp;</p>
<p>No entanto, o juiz Chen refutou essa generalização, afirmando que “agir com base num estereótipo negativo de um grupo e generalizá-lo para todos é o exemplo clássico de racismo".&nbsp;</p>
<p>Além disso, Chen ressaltou que os beneficiários venezuelanos do TPS têm taxas de criminalidade inferiores às da população geral dos EUA e são mais propensos a concluir o ensino superior. Ele também mencionou que o Departamento de Estado americano desaconselha viagens à Venezuela devido aos riscos de detenções arbitrárias, altos índices de criminalidade e infraestrutura de saúde precária. ​</p>
<p>Além disso, Chen ressaltou que os beneficiários venezuelanos do TPS têm taxas de criminalidade inferiores às da população geral dos EUA e são mais propensos a concluir o ensino superior. Ele também mencionou que o Departamento de Estado americano desaconselha viagens à Venezuela devido aos riscos de detenções arbitrárias, altos índices de criminalidade e infraestrutura de saúde precária. ​</p>
<p>A decisão judicial impede, temporariamente, que o governo Trump prossiga com a revogação do TPS para os venezuelanos, garantindo que eles possam permanecer nos EUA enquanto o caso continua em revisão nos tribunais. Grupos de defesa dos imigrantes comemoraram a decisão, considerando-a uma vitória significativa na proteção dos direitos dos migrantes nos Estados Unidos. ​</p>
<h3>Ofensiva de Trump contra imigrantes&nbsp;</h3>
<p>Desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025, sua administração intensificou significativamente as políticas de deportação direcionadas a imigrantes latino-americanos. Essas ações têm gerado preocupações tanto em âmbito nacional quanto internacional, devido às implicações humanitárias e legais envolvidas.​</p>
<h3>Aumento de prisões e deportações</h3>
<p>Nos primeiros meses de 2025, as autoridades de imigração dos EUA realizaram a prisão de aproximadamente 113 mil migrantes e deportaram mais de 100 mil indivíduos. Essas operações foram particularmente concentradas em cidades como Nova York, Los Angeles e Chicago, onde há uma presença significativa de comunidades latinas. O governo justifica essas medidas como parte de um esforço para combater a imigração ilegal e reforçar a segurança nacional. ​</p>
<h3>Uso de leis controversas e deportações aceleradas</h3>
<p>A administração Trump tem recorrido a legislações antigas, como a <a href="https://www.brasil247.com/mundo/trump-ignora-ordem-judicial-e-deporta-venezuelanos-com-base-em-lei-do-seculo-18-0okgjb62">Lei de Inimigos Estrangeiros </a>de 1798, para facilitar deportações rápidas, especialmente de indivíduos suspeitos de envolvimento com gangues criminosas. Em março de 2025, por exemplo, 238 venezuelanos foram deportados para El Salvador sob acusações de associação com a gangue Tren de Aragua, embora muitos tivessem processos ativos de asilo nos EUA.</p>
<h3>Impacto nas comunidades latinas e reações públicas</h3>
<p>As políticas anti-imigração têm gerado um clima de medo e insegurança entre os imigrantes latinos nos EUA. Incidentes de discriminação e agressões verbais também foram registrados, como o caso de entregadores latinos que foram hostilizados por falar espanhol durante o trabalho.&nbsp;</p>
<p>Além disso, diversas organizações de direitos humanos têm contestado judicialmente as ações do governo. Recentemente, um juiz federal suspendeu temporariamente as deportações de imigrantes indocumentados para países terceiros, permitindo que os afetados possam contestar seu envio a nações onde sua segurança possa estar em risco. ​</p>

Luis Mauro Filho

Prisioneiros venezuelanos deportados dos EUA chegam a cárcere de El Salvador 

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Mundo

EUA: juiz federal bloqueia revogação de proteção a venezuelanos e taxa política de deportação de racista

<p><b>247 - </b>A brasileira Cintia Rodrigues, de 23 anos, relatou ao <a href="https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/02/25/jovem-brasileira-imigrante-brasil-eua-ataque-atacada-metro-trem.htm">Uol</a> que tem evitado falar português em público após sofrer um ataque xenofóbico em Boston, nos Estados Unidos. O episódio ocorreu enquanto ela conversava com o namorado em um trem, poucas semanas antes da posse do presidente Donald Trump, conhecido por suas políticas anti-imigração. "Nunca aconteceu nenhum ataque comigo, foi a primeira vez. Fiquei em choque", disse Cintia, que mora há três anos em Boston e aguarda a emissão do green card.</p>
<p>O incidente começou quando uma passageira ouviu Cintia falando em português e a abordou de forma hostil. "Ela veio me perguntar de onde eu era. Eu falei que era do Brasil, e ela começou a me atacar gratuitamente. Disse que não sabia de onde eu arranjei dinheiro para estar aqui, que a gente vinha para cá para roubar o trabalho deles e roubar os homens delas. Algo horrível", contou. A maioria dos passageiros apenas observou a cena, com apenas uma pessoa oferecendo palavras de apoio.</p>
<p>Após o ocorrido, Cintia afirmou que não tem medo de ser abordada pelas autoridades, já que seus documentos estão em dia, mas adotou a precaução de evitar falar português em público. "Estou evitando bastante falar português. Acho que peguei uma 'trava'. Percebi isso ultimamente. Não estou falando português em lugar público", explicou.</p>
<p>O caso de Cintia reflete um contexto de tensão contra imigrantes nos EUA, impulsionado pelo discurso anti-imigração de Trump. Apesar disso, ela mantém a esperança de que a situação melhore. "Espero que as pessoas comecem a respeitar umas às outras, até porque os Estados Unidos também foram feitos por imigrantes. Eu não vou sair daqui, estou esperando meu documento. Assim que ele chegar, com certeza vou viajar bastante", concluiu.</p>

Camila França

'Não falo mais português em público', diz brasileira atacada nos EUA

Brasileira relata ataque xenofóbico nos EUA: "não falo mais português em público"

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