247 - O presidente do Chile, Gabriel Boric, protagonizou um discurso contundente durante a Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24), ao criticar duramente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A fala de Boric gerou repercussão imediata ao compará-lo a líderes como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Vladimir Putin, da Rússia, estabelecendo um paralelo entre suas gestões e alegando que todas elas violam os direitos humanos. A notícia foi originalmente divulgada pela <a href="https://www.cnnchile.com/pais/boric-tension-israel-netanyahu-conducta-genocida-onu_20240924/">CNN</a>.
Durante seu discurso, Boric reafirmou o compromisso do Chile com a defesa dos direitos humanos, sem distinção política ou geográfica. Ele destacou que não se pode "escolher entre o terrorismo de Hamas e o masacre e conduta genocida de Israel de Netanyahu", enfatizando que a postura de seu governo é de não se alinhar com nenhum tipo de "barbárie".
Boric foi enfático ao denunciar o que chamou de "duplo padrão" em relação à aplicação dos direitos humanos no cenário internacional. "Nos rebelamos contra o duplo padrão em matéria de direitos humanos", declarou o presidente chileno, reafirmando a necessidade de uma postura firme e imparcial nessa área. "Digo em alto e bom som que os direitos humanos devem ser respeitados sempre e em todo lugar, independentemente da cor política do ditador ou do presidente no poder que os viola".
O líder chileno não poupou críticas diretas a líderes como Netanyahu, Maduro, Daniel Ortega, da Nicarágua, e Putin, argumentando que todos, independentemente de suas filiações políticas, estão envolvidos em violações graves contra os direitos humanos. "Se chame Netanyahu em Israel ou Nicolás Maduro na Venezuela. Se chame Ortega na Nicarágua ou Vladimir Putin na Rússia. Se autodefinam de esquerda ou de direita ou o que seja", completou.
A fala de Boric, além de aumentar a já tensa relação entre o Chile e Israel, ressaltou a importância do direito internacional como ferramenta essencial para a garantia de soberania dos Estados, especialmente em meio a conflitos bélicos. Ele destacou que o respeito ao direito internacional é "a única garantia" para a proteção dos direitos soberanos das nações em tempos de guerra.
A fala do presidente chileno surge em um contexto global marcado por tensões no Oriente Médio e pela pressão internacional por respostas contundentes às crises humanitárias.&nbsp;

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América Latina

Boric acusa Netanyahu de "conduta genocida" na ONU e o compara a Ortega, Maduro e Putin

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido calorosamente pelo presidente Gabriel Boric durante a visita oficial do chefe de Estado brasileiro a Santiago, nesta segunda-feira (5). Boric tratou Lula como um "amigo", conforme indicam suas postagens nas redes sociais. Juntos, eles percorreram locais históricos em La Moneda, incluindo a porta Morandé 80 e a Sala Branca, onde foi reconstruído o gabinete do presidente Salvador Allende, que morreu no palácio durante o golpe de 1973 que levou à ditadura de Augusto Pinochet.
Boric destacou em suas declarações: "Juntamente com o Presidente Lula, visitamos locais de memória e de encontro que albergam a nossa Casa de Governo: a histórica porta Morandé 80 e a Sala Branca, espaço onde foi reconstruído o gabinete do Presidente Salvador Allende."&nbsp;
A visita também incluiu reuniões com delegações de ambos os países para discutir acordos de colaboração em áreas como saúde, desenvolvimento social, comércio, desenvolvimento humano, cultura e ciência e tecnologia.
Os presidentes falaram sobre a importância do Corredor Rodoviário Bioceânico e a necessidade de enfrentar ameaças globais como o crime organizado, segundo relatou Boric nas redes sociais. Além disso, foram assinados cerca de 20 acordos de cooperação em temas relacionados à segurança, comércio, cultura, direitos humanos e ciência e tecnologia.
Boric expressou sua gratidão: "Agradeço ao Presidente Lula pela visita e pelo apoio permanente nos órgãos multilaterais dos quais participamos. Bem-vindo ao Chile, colega e amigo!".
Da sua parte, o presidente Lula convidou Boric para participar de uma reunião de líderes democráticos, organizada pelo Brasil e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, à margem da Assembleia Geral da ONU.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Junto al Presidente <a href="https://twitter.com/LulaOficial?ref_src=twsrc%5Etfw">@LulaOficial</a>, recorrimos sitios de memoria y encuentro que alberga nuestra casa de Gobierno: la histórica puerta de Morandé 80 y el Salón Blanco, espacio en el que se reconstruyó el despacho del Presidente Salvador Allende. <a href="https://t.co/4pTvR5JYSg">pic.twitter.com/4pTvR5JYSg</a>&mdash; Gabriel Boric Font (@GabrielBoric) <a href="https://twitter.com/GabrielBoric/status/1820504091640180857?ref_src=twsrc%5Etfw">August 5, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Presidente Lula em reunião privada com o presidente do Chile, Gabriel Boric, no Salão Azul do Palácio de La Moneda

"Bem-vindo, amigo": Boric recebe Lula em La Moneda e lembram golpe contra Allende

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo (4) para Santiago, onde se encontrará com o presidente chileno, Gabriel Boric. Durante a visita, está prevista a assinatura de pelo menos 15 acordos bilaterais abrangendo áreas como direitos humanos, investimentos, comércio, defesa, ciência e tecnologia.
Lula será recebido na segunda-feira (5) no Palácio de La Moneda para um encontro reservado com Boric. Após a reunião bilateral, os presidentes terão um diálogo com membros de seus respectivos gabinetes, visando fortalecer as relações diplomáticas e expandir a cooperação em diversas esferas. Ainda nesse dia, está programada a participação do presidente brasileiro no Fórum Empresarial Chile-Brasil, que visa promover o intercâmbio econômico e comercial entre os dois países.
As discussões também incluirão temas ambientais e de desenvolvimento sustentável, refletindo os compromissos compartilhados por ambos os países em relação à agenda climática global. Lula ainda se encontrará com líderes do Judiciário e do Legislativo chileno e com dirigentes da companhia aérea Latam, destacando a importância dessa conexão aérea para o fortalecimento das relações bilaterais.
Além dos acordos, a visita também focará em discussões significativas sobre a recente eleição na Venezuela, contestada por Boric. Na noite desta quinta-feira (1), o Itamaraty, juntamente com os governos da Colômbia e do México, emitiu uma declaração conjunta, expressando solidariedade ao povo venezuelano e apelando para que as autoridades eleitorais avancem rapidamente na divulgação dos resultados detalhados do pleito.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:
"Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro. Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação. As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados. Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos. Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento. Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano."
A agenda em Santiago termina na terça-feira (6) com encontros com a prefeita de Santiago, Irací Hassler, e o ex-presidente chileno Ricardo Lagos.

Poder

Lula assinará 15 acordos com Boric e debaterá o tema Venezuela

247 – A jornalista Nathalia Urban, correspondente da TV 247 no Reino Unido, participou do programa Bom Dia 247, onde criticou a posição do presidente chileno Gabriel Boric sobre a situação na Venezuela. Boric havia declarado ser "difícil de acreditar" na vitória de Nicolás Maduro, afirmando que o Chile não reconhecerá nenhum resultado "que não seja verificável".
Urban comentou: "A posição de Boric sobre a Venezuela não surpreende. Boric não tem nenhum compromisso com a soberania da América Latina." Segundo a jornalista, Boric está alinhado com uma vertente que ela chamou de "esquerda Califórnia", caracterizada por uma postura que "parece que tem vergonha do Sul Global e de ser latino-americano".
Urban expressou sua decepção: "Não estou surpresa, mas estou desapontada. Tudo isso só para ganhar um tapinha nas costas do Império." A jornalista criticou Boric por, em sua visão, sacrificar a soberania latino-americana em busca de aprovação internacional.
As declarações de Boric foram feitas na plataforma X, onde ele afirmou que "a comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das ações e do processo, e os auditores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados". Confira o comentário de Nathalia:
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Entrevistas

“Boric não tem nenhum compromisso com a soberania da América Latina”, diz Nathalia Urban

247 - A eleição de Claudia Sheinbaum, 61, para suceder López Obrador na presidência do México freia a expansão da extrema direita na América Latina, ressalta reportagem do El País publicada nesta terça-feira (4). "A vitória esmagadora da candidata progressista, cerca de 30 pontos à frente da candidata conservadora da oposição, Xóchitl Gálvez, consolida o domínio da esquerda na América Latina, com Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil; Gustavo Petro, na Colômbia, e Gabriel Boric, no Chile. A vitória de Sheinbaum, herdeira política de Andrés Manuel López Obrador e agora bandeira do seu Movimento de Regeneração Democrática (Morena), significa também um compromisso com a continuidade".
O jornal destaca que o presidente argentino, Javier Milei, de extrema direita e ultraliberal, "tornou-se a exceção no final de 2023 entre as cinco grandes economias da América Latina".
Segundo a reportagem, "um resultado verdadeiramente esmagador que oferece a Sheinbaum uma paz de espírito que sem dúvida invejará outros presidentes progressistas da América Latina. Ao contrário de Lula ou Boric, Morena enfrentou nestas eleições não uma candidata de extrema direita, como Jair Bolsonaro ou José Antonio Kast, mas Xóchitl Gálvez, uma empresária conservadora e sorridente, eleita por uma coligação de partidos políticos tradicionais". O periódico destaca, por exemplo, que no Brasil o presidente Lula "navega contra o vento porque ganhou por pouco e sem maioria no Congresso, pelo que o governo está sujeito a laboriosas negociações para avançar com cada um dos seus projetos".

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Eleição de Sheinbaum no México evita avanço da extrema direita na América Latina