247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez duras críticas ao líder ucraniano Vladimir Zelensky, acusando-o de agir "estupidamente" ao fechar um acordo com o governo de Donald Trump para conceder acesso dos Estados Unidos aos recursos naturais da Ucrânia. Segundo Petro, o pacto coloca Kiev em uma posição vulnerável e demonstra a fragilidade da soberania ucraniana diante das pressões externas.
As declarações do mandatário colombiano ocorrem após a divulgação de informações na imprensa sobre um suposto acordo já firmado entre Washington e Kiev. &nbsp;O Financial Times (FT) destaca que o tratado incluiria recursos como petróleo e gás, funcionando como uma espécie de compensação para os EUA, que investiram dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar e financeira à Ucrânia nos últimos três anos de conflito contra a Rússia.
"Kiev está agora pronta para assinar o acordo sobre o desenvolvimento conjunto de seus recursos minerais, incluindo petróleo e gás, depois que os EUA retiraram suas reivindicações pelo direito a US$ 500 bilhões [cerca de R$ 2,8 trilhões] em receitas potenciais de exploração dos recursos", destacou a apuração do FT, de acordo com a <a href="https://noticiabrasil.net.br/20250226/petro-acusa-zelensky-de-estupidez-por-entregar-a-ucrania-aos-eua-38667320.html">Sputnik</a>.
O ex-presidente Donald Trump, que recentemente retomou diálogos diplomáticos com Moscou, confirmou a existência de um acordo entre EUA e Ucrânia envolvendo minerais de terras raras, cujo valor, segundo ele, pode ultrapassar US$ 1 trilhão (mais de R$ 5,7 trilhões). "É um negócio muito grande. Pode ser um negócio de um trilhão de dólares. Pode ser qualquer coisa, mas é sobre terras raras e outras coisas", afirmou o republicano na terça-feira (25).
Além disso, Trump também declarou que os Estados Unidos suspenderam o fornecimento de armas às forças ucranianas. "Não estamos fornecendo nada neste momento", disse o ex-presidente a repórteres na Casa Branca, após sinalizar a retomada das relações diplomáticas com a Rússia e o início de negociações para encerrar a guerra na Ucrânia.

Paulo Emilio

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América Latina

Petro critica Zelensky e acusa Ucrânia de 'entregar recursos naturais aos EUA' em acordo com Trump

PEQUIM (Reuters) - A China anunciou nesta terça-feira restrições à exportação de cinco metais utilizados nos setores de defesa, energia limpa e outros, minutos após a entrada em vigor de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As restrições são a mais recente tentativa da China, desde 2023, de alavancar seu domínio na mineração e no processamento de minerais essenciais usados em uma ampla gama de produtos, desde smartphones e baterias de carros elétricos até mísseis infravermelhos e munições.
No entanto, as novas regras não chegam a proibir totalmente as exportações, --uma tática que a China já utilizou contra os Estados Unidos--, refletindo a resposta mais comedida de Pequim à última rodada de tensões comerciais com Washington.
Agora serão necessárias licenças para exportar tungstênio, telúrio, bismuto, índio, molibdênio e produtos relacionados para "salvaguardar os interesses de segurança nacional", informou o Ministério do Comércio nesta terça-feira. Os usos desses metais variam de painéis solares a projéteis de artilharia.
Os mercados especularam que a China expandiria os controles de exportação de metais como o tungstênio desde a decisão, em dezembro passado, de proibir as exportações de antimônio e outros materiais para os EUA, de acordo com Jessica Fung, chefe de consultoria do Project Blue.
A medida deverá forçar um aumento dos preços fora da China, acrescentou ela.
A experiência de rodadas anteriores de restrições à exportação sugere que os embarques cairão drasticamente de imediato, à medida que as empresas se esforçam para obter licenças de exportação, um processo que leva cerca de seis semanas.
No passado, as remessas se recuperaram, embora lentamente, à medida que as licenças eram concedidas.
Entretanto, ainda não se sabe se as remessas destinadas aos EUA se qualificarão para as licenças. Os Estados Unidos pararam de minerar tungstênio em 2015 e não produzem bismuto refinado desde 1997, dependendo, em ambos os casos, de importações.
(Reportagem de Farah Master em Hong Kong, Lewis Jackson e Amy Lv em Pequim, Ashitha Shivaprasad em Bangalore)

Leonardo Sobreira

Mundo

China amplia controles de exportação de minerais críticos após imposição de tarifas pelos EUA

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (3) que está explorando a possibilidade de fechar um acordo com Kiev que concederia aos Estados Unidos acesso a minerais de terras raras da Ucrânia em troca da ajuda ou recursos que Washington fornece.
Um dos principais interesses dos EUA no conflito na Ucrânia é garantir o acesso a minerais críticos, essenciais para sua indústria de tecnologia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já manifestou, em ocasiões anteriores, a intenção de firmar acordos estratégicos com os Estados Unidos nesse setor. Em agosto, a agência Interfax destacou que senadores americanos apoiam o projeto, enxergando nele uma oportunidade para gerar lucros significativos para os EUA.
"Estamos procurando fazer um acordo com a Ucrânia, onde eles vão garantir o que estamos dando a eles com suas terras raras e outras coisas", disse Trump a repórteres, de acordo com a agência Sputnik.&nbsp;
"Eles [os ucranianos] têm ótimas terras raras, e eu quero segurança dessas terras raras, e eles estão dispostos a fazer isso", complementou.&nbsp;
Trump também disse que "muito progresso" foi alcançado em termos de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. "Fizemos muito progresso com a Rússia e a Ucrânia, veremos o que acontece. Mas muito progresso foi feito. Temos que parar essa guerra ridícula", disse Trump.
Ele também assinou uma ordem executiva para designar formalmente Keith Kellogg como seu enviado especial para a Ucrânia e a Rússia.

Trump exige minerais raros da Ucrânia em troca de ajuda dos EUA

247 - A China anunciou uma proibição total à exportação de materiais estratégicos como gálio, germânio, antimônio e grafite para os Estados Unidos, em retaliação às crescentes restrições tecnológicas impostas pelo governo Joe Biden. As informações são da <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2024-12-03/china-bans-germanium-gallium-exports-to-us-in-tit-for-tat-move?embedded-checkout=true">Bloomberg</a>, nesta terça-feira (3).&nbsp;
Essas medidas, que já estavam em preparação, visam responder à pressão econômica americana e reforçam o controle chinês sobre minerais cruciais para tecnologias de ponta, como semicondutores e equipamentos militares.&nbsp;
A resposta da China mira metais usados em aplicações que vão desde semicondutores a satélites e óculos de visão noturna, segundo a reportagem. O bloqueio chinês pode gerar um impacto de US$ 3,4 bilhões na economia dos EUA, segundo um relatório do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) divulgado no mês passado.
Na segunda-feira (2), os EUA anunciaram novas restrições ao acesso da China a componentes vitais para chips e inteligência artificial.&nbsp;
O Departamento de Comércio impôs novas limitações à venda de chips de memória de alta largura de banda fabricados por empresas americanas e estrangeiras. Os EUA também anunciaram novos controles sobre equipamentos de fabricação de chips, incluindo produtos fabricados por empresas americanas em instalações no exterior, mas com exceções para aliados estratégicos, como Japão e Países Baixos.&nbsp;
Separadamente, nesta terça-feira, três associações industriais chinesas pediram que as empresas nacionais de internet, semicondutores e automóveis escolhessem com "cuidado" ao comprar chips dos EUA, segundo a reportagem.&nbsp;

China proíbe exportações de metais críticos aos EUA em resposta a tarifas

Sputnik - O solo brasileiro tem tudo o que é preciso para transição energética, visto que possui reservas de todos os chamados minerais críticos, essenciais para a produção de baterias para carros elétricos, turbinas eólicas e painéis solares.
Por sua vez, os Estados Unidos querem liderar a transição e estão procurando por fornecedores confiáveis, visto que a China é um dos maiores produtores dos minerais, mas se encontra em meio a uma "guerra comercial" com Washington.
De acordo com o jornal O Globo, fatores políticos, econômicos e estratégicos colocam o Brasil em um espaço confortável na mesa de negociações da cadeia mundial de suprimentos de minerais críticos. Além dos EUA, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) já foi procurado por pares da China, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Canadá, entre outros.
"Temos condições de oferecer todos os minerais críticos que o mundo precisa, sem exceção. Temos pelo menos um depósito de cada um desses minerais", disse Valdir Silveira, diretor de geologia e recursos minerais do SGB.
O fato de ter geração de energia elétrica majoritariamente de fontes renováveis ​​reforça a pretensão do Brasil de ser mais do que um fornecedor de matéria-prima, e talvez mais do que isso, um processador dessas matérias primas e fabricante de bens, mas para que tal indústria se aqueça, é necessário muitos investimentos.
"Essa temática de minerais críticos ganhou outra proporção com a discussão da transição energética no pós-pandemia — afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil). O CEO acrescentou que "seria uma relação ganha-ganha" que proporcionaria "ganhos potenciais para a indústria extrativa e para a indústria de beneficiamento e de produção de maior valor agregado no Brasil".
Em julho, o secretário de Estado Adjunto de Recursos Energéticos dos EUA, Geoffrey Pyatt, esteve no Brasil para "acelerar a cooperação com o Brasil em toda a gama de insumos energéticos da transição". Na época, Pyatt afirmou que o assunto mais importante da visita foi a parceria em minerais estratégicos, conforme noticiado.
Brasil e EUA têm um histórico de mais de três décadas de conversas sobre segurança energética com assinatura de acordos. Até 2012, foram oito documentos de parceria, muitos com foco nos biocombustíveis. No entanto, do ano citado até 2023, nenhum novo documento foi assinado pelos governos, apesar de ter havido uma continuidade das conversas técnicas entre membros do setor privado, escreve a mídia.
Recentemente, dois novos acordos de parceria para geração de energia limpa entre Brasil e EUA foram assinados por ministros. O Ministério das Minas e Energia informou que os dois países possuem "circunstâncias diferentes", mas têm trabalhado em conjunto para destravar financiamento para mover a transição energética.
A pasta não cita resultados concretos dos acordos de parceria do passado, mas destaca que "um dos relacionamentos estratégicos na área de energia" são os biocombustíveis, tema tratado com o secretário de Estado adjunto norte-americano em julho.

Brasil

Brasil e EUA articulam parceria para transição energética a partir de reservas brasileiras

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá lançar, dentro de um mês, um edital para a estruturação de um fundo de investimentos voltado para minerais críticos. “Qual o problema do Brasil? Temos alguns minerais, mas não se sabe a qualidade deles. Precisa furar, saber a qualidade. Não temos esse diagnóstico no Brasil. O foco será buscar esse diagnóstico”, disse José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, ao Broadcast do jornal <a href="https://www.estadao.com.br/economia/coluna-do-broad/edital-para-fundo-de-minerais-criticos-deve-sair-dentro-de-um-mes-diz-diretor-do-bndes/">O Estado de S. Paulo</a>. O edital deve abrir a seleção do operador privado que irá gerir o fundo
Segundo a reportagem, o banco de fomento tem reservado aproximadamente R$ 8 bilhões para investir em participações de empresas e optou por operar esses investimentos por meio de fundos geridos por gestores privados, visando setores estratégicos. O fundo, que possui um perfil inovador, deve apoiar majoritariamente startups. O BNDES já anunciou que tem a expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com o fundo, com um aporte de até R$ 250 milhões da própria instituição. A divulgação dos pedidos de financiamento está prevista para outubro.
A prioridade do novo fundo será direcionada para minerais considerados essenciais à transição energética e descarbonização, incluindo cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minerais de terras raras, platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco.
Gordon enfatiza que o fundo é apenas um passo inicial na agenda de desenvolvimento de minerais críticos. A estratégia do Brasil não é apenas exportar esses minerais para refino no exterior, mas sim agregar valor na cadeia produtiva. O plano inclui, por exemplo, o programa de eletrificação da frota de ônibus, que pode tornar o país atraente para a instalação de uma fábrica de células de baterias elétricas.
“Se tenho minerais críticos, demanda grande de ônibus elétricos, tenho ‘funding’ e Fundo Clima para comprar esses ônibus diferenciados, eu começo a criar cenário aqui para talvez desenvolver célula principal de bateria no Brasil, o que hoje é feito na China e na Coreia”, explicou Gordon.
“É fundamental porque toda uma parte da transição energética depende de minerais críticos. Não à toa Estados Unidos diz que está interessado em discutir minerais críticos aqui no Brasil. E o Brasil tem grande potencial de ser ‘hub’, mas não pode ser só para o cara pegar o mineral aqui e levar para outro lugar. A ideia é começar primeiro com esse diagnóstico, e depois ir agregando na cadeia”, concluiu Gordon.

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