Priscilla Mazenotti - repórter da Rádio Nacional
Em meio ao anúncio de obstrução por parte do PL, a Câmara quer votar até esta quinta-feira a proposta que cria a Lei da Reciprocidade ao permitir a adoção de medidas contra ações de outros países que prejudiquem produtos brasileiros no mercado internacional. Entre elas, imposição de tributos, suspensão de concessões comerciais ou de investimentos ou até de propriedade intelectual.
O texto foi aprovado no Senado nessa terça-feira. Na Câmara, o relator deverá ser o deputado Arnaldo Jardim, do Cidadania de São Paulo. O presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que essa é uma pauta que une todos os partidos porque trata-se de uma questão nacional. Á exemplo, da votação no Senado, que colocou no mesmo lado, as lideranças governistas e a bancada do agronegócio.
<blockquote>Este episódio entre os Estados Unidos e o Brasil deve nos ensinar definitivamente que nas horas mais importantes não existe um Brasil de esquerda com o Brasil de direita. Existe apenas o povo brasileiro. E nós, representantes do povo, temos de ter a capacidade de defender o povo acima de nossas diferenças.</blockquote>
A oposição anunciou a obstrução até que Hugo Motta coloque em votação o projeto que anistia os golpistas do 8 de janeiro. Na sessão dessa terça-feira, o lider do PL, deputado Sóstenes Cavalcanti, cravou:
<blockquote>Nós não vamos ficar calados e nós vamos continuar obstrução que começou hoje de verdade aqui. As comissões caíram. O governo só conseguiu aprovar uma medíocre MP. Amanhã vai ser assim até nós contarmos com a decisão do presidente dessa Casa, Hugo Motta.</blockquote>
O líder do PT, LIndbergh Farias, rebateu.
<blockquote>Não dá para falar para paralisar os trabalhos da Câmara numa obstrução desesperada de um partido que tenta conter o que não pode ser contido, um julgamento no Supremo Tribunal Federal.</blockquote>
Em resposta, Hugo Motta, fez um apelo dizendo que a reciprocidade era uma matéria urgente e que, em conversa com líderes, pretende colocá-la em votação ainda esta semana. Já a oposição garante uma coletiva para esta tarde como forma de pressionar o presidente da Casa a pautar a anistia e discutir o assunto na renião de líderes desta quinta-feira.

Otávio Rosso

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Brasília

PL decide manter obstrução na Câmara mesmo com Lei de Reciprocidade na pauta

247 - Em meio a mais uma ofensiva bolsonarista, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, criticou a tentativa frustrada do PL de travar os trabalhos legislativos em defesa de Jair Bolsonaro (PL). “O PL iniciou hoje uma tentativa de obstrução absurda dos trabalhos da Câmara para forçar uma votação do projeto de anistia para Bolsonaro e os golpistas. Foram derrotados numa votação por 318 a 54! Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o Brasil e pautas importantes para o povo brasileiro para salvar Bolsonaro da cadeia! É #SemAnistia!”, escreveu Lindbergh em suas redes.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">O PL iniciou hoje uma tentativa de obstrução absurda dos trabalhos da Câmara para forçar uma votação do projeto de Anistia para Bolsonaro e os golpistas. Foram derrotados numa votação por 318 a 54! Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o Brasil e pautas importantes para o…&mdash; Lindbergh Farias (@lindberghfarias) <a href="https://twitter.com/lindberghfarias/status/1905287532046135448?ref_src=twsrc%5Etfw">March 27, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
A iniciativa do PL, como revelou o portal <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/03/26/apos-bolsonaro-virar-reu-pl-manobra-para-derrubar-sessao-de-votacao-da-camara.ghtml">g1</a>, foi formalizada na quarta-feira (26) pelo vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), que presidiu brevemente a sessão e a encerrou alegando “falta de acordo”. No entanto, líderes de outras bancadas contestaram a manobra, afirmando que havia acordo para a votação de projetos importantes, como a Lei do Mar e a proposta de aumento de penas para o uso de armas de fogo de uso restrito.
A movimentação do PL é uma reação direta à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado no contexto dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), também atinge outros sete aliados do ex-presidente.
A ofensiva bolsonarista na Câmara teve como porta-voz o líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que confirmou o boicote como resposta política. “E queremos dizer: nós só estamos começando, brasileiros e brasileiras, essa batalha. Hoje, arbitrariamente tornam o presidente Bolsonaro e mais 7 réus nesse processo. Mas queremos dizer que se pensaram que a gente ia baixar a cabeça, nós hoje já começamos a obstruir aqui na Câmara. Hoje aqui na Câmara ninguém vai fazer nada. Não teve Ordem do Dia. E nós vamos continuar nessa trincheira da luta”, declarou Sóstenes da tribuna.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também condenou a manobra e acusou o PL de colocar os interesses de Jair Bolsonaro acima das necessidades do país. “Com tantas pautas importantes para o povo e para o país, obstruir é colocar os interesses de Bolsonaro à frente dos interesses do Brasil”, afirmou Gleisi à <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/gustavo-uribe/politica/gleisi-obstruir-pauta-e-colocar-interesses-de-bolsonaro-a-frente-do-brasil/?utm_source=social&amp;utm_medium=twitter-feed&amp;utm_campaign=politica-cnn-brasil&amp;utm_content=link">CNN Brasil</a>.
Enquanto isso, o governo Lula articula para blindar sua pauta no Congresso e manter o andamento de propostas consideradas prioritárias, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a revogação da escala de trabalho 6 por 1 — reivindicação de diversas categorias profissionais. A expectativa é que, ao retornar ao Brasil, o presidente Lula realize um encontro informal com líderes partidários em um “happy hour” no Palácio da Alvorada, como estratégia para reforçar o diálogo e isolar as tentativas de sabotagem da extrema direita no Parlamento.

Guilherme Levorato

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'Não vão paralisar o Brasil para salvar Bolsonaro da cadeia’, garante Lindbergh

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta terça-feira (18) a abertura de um novo inquérito nas investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos por integrantes do crime organizado em março de 2018, num lugar sem câmeras na região central do município do Rio (RJ). O STF atendeu a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Investigadores da Polícia Federal vão apurar a tentativa de obstrução das apurações sobre as mortes dos dois e de indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.&nbsp;
Ao Supremo, a PGR afirmou que existem indícios da participação de Rivaldo Barbosa, "de forma estrutural e reiterada", na tentativa de esconder o assassinato e autoridades policiais e do Poder Judiciário.&nbsp;
No começo deste mês, a defesa negou que o delegado tenha conhecido os irmãos Brazão. Também afirmou que, um indicativo da inocência do ex-chefe da Polícia Civil, foi a entrega do celular de Barbosa para a Polícia Federal.&nbsp;
O STF tornou réus o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o irmão dele e ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ), Domingos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa e outras duas pessoas.&nbsp;
A ex-vereadora Marielle Franco foi assassinada em março de 2018 por integrantes do crime organizado - Ronnie Lessa, que efetuou os disparos e réu confesso, e Élcio Queiroz, que admitiu ter dirigido o carro de onde partiram os tiros.&nbsp;
Investigadores apuram se as denúncias da ex-parlamentar contra a exploração imobiliária ilegal em algumas regiões onde a família Brazão queria expandir negócios no esquema.&nbsp;

Ministro Alexandre de Moraes participa da sessão plenária do STF

Moraes abre novo inquérito contra réus no caso Marielle para investigar obstrução e corrupção

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