Reuters - O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu continuar na corrida presidencial de 2024 durante uma chamada com sua equipe de campanha nesta quarta-feira (3) e buscou tranquilizar os principais democratas no Capitólio de que está apto para a reeleição, apesar de seu desastroso desempenho no debate da semana passada.
Biden entrou em uma chamada com membros preocupados de sua equipe de campanha e disse a eles que não iria a lugar nenhum, segundo duas fontes familiarizadas com a chamada.
"Estou concorrendo", disse Biden, acrescentando que permanecia como líder do Partido Democrata e não estava sendo pressionado a sair, disse uma fonte.
O presidente se reunirá com governadores democratas na quarta-feira às 18h30 ET (22h30 GMT) para tranquilizá-los de que está apto para ser o porta-estandarte do partido após o debate instável com o republicano Donald Trump. Alguns governadores participarão virtualmente.
Questionada na quarta-feira se Biden estava considerando desistir, a Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse: "Absolutamente não."
Biden falou com o deputado Hakeem Jeffries, líder da minoria na Câmara dos Representantes, na terça-feira, e com o senador Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, na quarta-feira, disse um funcionário da Casa Branca. Ele também conversou com o deputado democrata Jim Clyburn na quarta-feira, cujo escritório disse depois que eles tiveram uma longa conversa privada.
Clyburn – uma espécie de rei dentro do Partido Democrata e que foi instrumental na vitória de Biden em 2020 – disse à CNN na quarta-feira que o partido deveria realizar uma "mini-prévia" se Biden se afastasse, sendo o primeiro membro sênior do partido a falar publicamente sobre como, exatamente, substituir Biden como candidato funcionaria.
Clyburn, que disse na terça-feira que apoiaria a vice-presidente Kamala Harris como candidata presidencial se Biden se afastasse, acrescentou: "Se ela fosse a indicada, precisaríamos ter um vice-candidato e um vice-candidato forte. E tudo isso nos daria uma oportunidade, não apenas para medir quem seria bom para estar no topo da chapa, mas também quem seria melhor em segundo lugar."
O desempenho hesitante e instável de Biden no debate contra Trump em Atlanta na semana passada provocou apelos para que ele se afastasse como candidato presidencial democrata para a eleição de 5 de novembro. Trump repetiu uma série de falsidades já desgastadas, incluindo que ele venceu a eleição de 2020.
Os democratas levantaram novas preocupações sobre Biden na terça-feira, com um membro da Câmara pedindo para ele desistir e a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, uma aliada de longa data de Biden, dizendo que era legítimo perguntar se o desempenho de Biden em Atlanta foi um "episódio" ou uma condição.

Joe Biden em evento de campanha na Carolina do Norte 28/6/24

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Mundo

"Vou concorrer", diz Biden, enquanto se apressa para tranquilizar democratas e sua equipe de campanha

Washington, 28 de junho (Reuters) – Após o desempenho instável do presidente Joe Biden no debate com o ex-presidente Donald Trump na quinta-feira à noite, alguns democratas começaram a questionar abertamente se ele deve ser substituído como candidato para a eleição de 2024. Existem processos para isso, mas seriam complicados.
Para entender como isso funcionaria, a Reuters conversou com Elaine Kamarck, membro do Brookings Institution, do Comitê Nacional Democrata (DNC), e autora do livro "Primary Politics", sobre o processo de nomeação presidencial.
Quais Opções os Democratas Têm?
O Partido Democrata não possui um plano B concreto para Biden como candidato presidencial. Ele concorreu praticamente sem oposição para a nomeação presidencial do partido este ano.
Ele só será nomeado oficialmente mais tarde neste verão, então ainda há tempo para uma mudança, e alguns cenários para isso ocorrer: Biden poderia decidir por si mesmo sair antes de ser nomeado; ele poderia ser desafiado por outros que tentassem conquistar os delegados que ele acumulou; ou ele poderia se retirar após a convenção democrata em Chicago em agosto, deixando o Comitê Nacional Democrata para eleger alguém para concorrer contra Trump em seu lugar.
O Que Acontece Agora?
No momento, o processo depende principalmente de Biden. Ele teria que concordar em se retirar ou enfrentar um desafiante tão tarde no processo que tentaria forçá-lo a fazer isso. Até agora, Biden não deu nenhuma indicação de querer se retirar e nenhum oponente o desafiou diretamente.
Na verdade, alguns dos seus principais substitutos em potencial – a vice-presidente Kamala Harris e o governador da Califórnia, Gavin Newsom - defenderam apaixonadamente Biden após o debate, atuando como substitutos que mostraram seu apoio, mas também contrastaram sua apresentação fluida com a dele, que foi hesitante no palco do debate em Atlanta.
Que Acontece se Biden se Retirar?
Biden passou os últimos meses acumulando quase 4.000 delegados democratas vencendo eleições primárias em estados e territórios dos EUA.
Esses delegados normalmente votariam nele, mas as regras não os obrigam a fazer isso; os delegados podem votar de acordo com sua consciência, o que significa que poderiam direcionar seus votos para outra pessoa.
Se Biden "liberar" seus delegados ao se retirar, pode haver uma competição entre outros candidatos democratas para se tornar o nomeado.
Quem Substituiria Biden?
Vários candidatos poderiam entrar na disputa, mas não há um número um óbvio.
A vice-presidente Harris quase certamente estaria no topo da lista, mas ela enfrentou seus próprios problemas após um início difícil no cargo e números de pesquisa baixos. A Constituição dos EUA dita que o vice-presidente se torna presidente se o presidente morrer ou se tornar incapacitado, mas não se envolve em um processo intra-partidário para escolher um candidato.
O governador da Califórnia, Newsom, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, o governador de Kentucky, Andy Beshear, e o governador de Illinois, JB Pritzker, todos foram apontados como possíveis substitutos, mas são apoiadores de Biden e estão trabalhando para ajudá-lo a ser eleito agora.
Como um Nomeado Seria Escolhido?
Provavelmente haveria uma espécie de batalha entre os pesos-pesados democratas competindo pelo cargo.
Os candidatos teriam que obter assinaturas de 600 delegados da convenção para serem nomeados. Espera-se que haja cerca de 4.672 delegados em 2024, incluindo 3.933 delegados prometidos e 739 automáticos ou superdelegados, de acordo com a Ballotpedia.
Se ninguém obtiver a maioria dos delegados, haveria uma "convenção negociada" em que os delegados agiriam como agentes livres e negociariam com a liderança do partido para chegar a um nomeado.
Regras seriam estabelecidas e haveria votações nominais para os nomes colocados em nomeação.
Poderia levar várias rodadas de votação para alguém conseguir a maioria e se tornar o nomeado. A última convenção negociada em que os democratas não conseguiram nomear um candidato na primeira votação foi em 1952.
Que Acontece se Biden se Retirar Após a Convenção?
Se Biden se retirar após a convenção de agosto, os 435 membros do Comitê Nacional Democrata escolheriam um novo candidato. Os membros se reuniriam em uma sessão especial para selecionar um nomeado.
Quem São Esses 435 Membros do DNC?
Eles são divididos igualmente entre homens e mulheres, bem como vários grupos constituintes, incluindo líderes sindicais, representantes LGBTQ e minorias raciais.
Do total, 75 são nomeados de forma abrangente pelo presidente, enquanto o restante é eleito em seus respectivos estados.
Quem Poderia Nomear um Alternativo Nesse Caso?
Para nomear um candidato para substituir Biden na cédula, essa pessoa teria que ter o apoio de um número mínimo de membros do DNC - talvez cerca de 60, embora o número exato fosse determinado pelo comitê de regras do DNC, que estabeleceria as regras para os procedimentos antes de começarem.
Provavelmente haveria discursos de nomeação e de apoio. Vários candidatos poderiam ser nomeados antes que a lista fosse reduzida.
Como Esses Votos Seriam Contados?
O DNC provavelmente realizaria sua reunião em Washington e os votos seriam contados lá.
As cédulas seriam codificadas, assinadas e coletadas à mão. Se uma votação ocorresse muito perto do dia da eleição, em 5 de novembro, quando não fosse possível se reunir pessoalmente, ela provavelmente seria virtual.

Presidente dos EUA, Joe Biden
14/10/2023
REUTERS/Ken Cedeno

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Entenda como os democratas podem substituir Biden antes das eleições

247 – Durante o debate presidencial em Atlanta, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, demonstrou apoio explícito ao presidente Joe Biden, em meio a preocupações levantadas por importantes democratas sobre a capacidade de Biden de liderar o partido na próxima eleição. Notícias e comentários emergiram após o debate, levando a debates entre democratas sobre a continuidade de sua candidatura. Segundo a <a href="https://www.cbsnews.com/sacramento/news/newsom-on-biden-after-debate-performance/">CBS/CNN</a>, essas discussões ganharam voz com David Axelrod, comentarista político, sugerindo a possibilidade de Biden não continuar na disputa.
Após o debate, questionado sobre a possibilidade de substituição de Biden como indicado pelo partido, Newsom respondeu firmemente, descartando qualquer hipótese de virar as costas para Biden. Ele enfatizou a lealdade dentro do partido e a falta de desafiantes democratas sérios para a indicação presidencial. Enquanto isso, a vice-presidente Kamala Harris reconheceu o início difícil no debate, mas destacou o forte encerramento de Biden, apontando para a sua defesa durante os ataques de 6 de janeiro contra o Capitólio dos EUA e suas posições sobre mudança climática e outros temas como pontos altos da noite. Harris e outros oficiais do partido e da campanha reforçaram a melhoria do desempenho de Biden conforme o debate progredia, contrastando-o com o ex-presidente Donald Trump.
Além das discussões sobre a capacidade de Biden continuar na corrida, o próprio presidente respondeu positivamente sobre seu desempenho durante uma visita a uma lanchonete após o debate, apesar de enfrentar problemas de saúde como refluxo ácido e resfriado, que afetaram sua voz durante o evento. As preocupações sobre sua idade e vigor também foram temas de debate, dado que Biden, aos 81 anos, é o presidente mais velho na história dos EUA e tenta um segundo mandato na Casa Branca. O próximo grande evento para o partido Democrata será a convenção nacional em Chicago, marcada para 19 de agosto, onde Biden e Trump serão formalmente nomeados por seus partidos.

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