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Bernie Sanders: 'nos EUA, o Partido Democrata abandonou a classe trabalhadora e depois foi abandonado por ela'

'Enquanto os democratas defendem o status quo, o povo americano está irritado e quer mudança', afirmou o parlamentar

Bernie Sanders (Foto: Reprodução)

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247 - O senador Bernie Sanders (Partido Democrata) afirmou nesta quarta-feira (6) que a derrota de Kamala Harris na eleição presidencial norte-americana teve como uma das causas o distanciamento entre a legenda e os trabalhadores nos Estados Unidos, onde o político da extrema-direita Donald Trump (Partido Republicano) venceu a eleição.

"Não deveria ser nenhuma surpresa que um Partido Democrata que abandonou a classe trabalhadora descubra que a classe trabalhadora os abandonou. Enquanto a liderança democrata defende o status quo, o povo americano está irritado e quer mudanças. E eles estão certos", escreveu o parlamentar na rede social X.

O vice-líder da maioria republicana na Câmara, Steve Scalise, disse que os parlamentares querem negociar com Trump "uma agenda realmente agressiva, ousada e conservadora nos primeiros 100 dias".

Pautas

Algumas das propostas do trumpismo são a agenda de cortes de impostos e gastos, desregulamentação de energia e controles de segurança nas fronteiras. Mas isso também forçará republicanos a enfrentar o dilema de seguir um plano de política de Trump que pode prejudicar a meta há muito proclamada pelo Partido Republicano de controlar a dívida de US$ 35 trilhões do governo, informou a Reuters.

Republicanos garantiram uma maioria de 52 a 48 no Senado dos EUA e estavam encaminhados para ampliar sua estreita maioria na Câmara dos Deputados, embora 51 das 435 disputas da Câmara dos Deputados ainda não tenham sido definidas.

As primeiras medidas devem incluir a extensão dos cortes de impostos de Trump em 2017, o financiamento do muro ao longo da fronteira entre os EUA e o México, o corte de fundos não gastos alocados pelos democratas, a eliminação do Departamento de Educação e a redução dos poderes de agências como a Agência de Proteção Financeira do Consumidor, segundo parlamentares e assessores republicanos.

As propostas de corte de impostos que Trump fez na campanha -- desde a extensão dos cortes de impostos de 2017 até a abolição de impostos sobre gorjetas, horas extras e benefícios da Previdência Social -- poderiam acrescentar US$ 7,5 trilhões de dólares à dívida dos EUA na próxima década, de acordo com o apartidário Comitê para um Orçamento Federal Responsável. O déficit federal aumentou para US$ 1,833 trilhão no ano fiscal de 2024, enquanto os juros da dívida ultrapassaram 1 trilhão de dólares pela primeira vez.

"Estamos prontos para começar a trabalhar para o povo americano", disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, em uma publicação nas redes sociais no início da manhã.

Obstáculos legislativos

Nos últimos dois anos, os membros da maioria indisciplinada e estreita dos republicanos da Câmara têm atrapalhado seu próprio caminho, votando contra projetos de lei apoiados por seus líderes e deixando-os dependentes do apoio de democratas para aprovar projetos de lei obrigatórios.

Mesmo uma maioria republicana mais disciplinada enfrentará barreiras, incluindo a regra do Senado conhecida como obstrução, que exige que 60 de seus 100 membros concordem em aprovar a maioria das leis, limite que o novo Senado não conseguirá ultrapassar apenas com os votos republicanos.

Uma solução alternativa, conhecida como "reconciliação orçamentária", permite que o Senado aprove questões relacionadas ao orçamento com uma maioria simples. Os republicanos usaram isso nos dois primeiros anos do primeiro mandato de Trump, assim como os democratas nos dois primeiros anos do mandato do presidente norte-americano, Joe Biden, quando tinham o controle do Congresso.

Mas a reconciliação orçamentária é um poder limitado. As medidas aprovadas com essa manobra devem estar vinculadas, pelo menos de forma plausível, a receitas e despesas.

Se a regra de obstrução de 60 votos bloquear uma prioridade de Trump no próximo ano, ele poderá pedir aos líderes do Senado que a eliminem, como ele repetidamente os pressionou a fazer no início de seu primeiro mandato, e como alguns democratas pediram no início do mandato de Biden.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, manteve a obstrução contra as repetidas exigências de Trump para eliminá-la durante o primeiro mandato do presidente eleito.

McConnell agora deixará o cargo de líder. Embora os dois principais candidatos para substituí-lo -- John Thune e John Cornyn -- tenham afirmado que a regra permanecerá, eles e outros que poderiam tentar o cargo ainda não enfrentaram a pressão direta de Trump.

E McConnell previu nesta quarta-feira que a obstrução permanecerá.

"Acho que a obstrução é muito segura", disse o republicano de Kentucky a jornalistas (com Reuters).

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