247 - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que o país cortou "todo o comércio e relações com Israel", reafirmando seu apoio à Palestina em sua luta legítima. "O governo da República da Turquia, liderado por Tayyip Erdogan, não continuará ou desenvolverá suas relações com Israel. Cortamos todo o comércio e relações com Israel - ponto final. Estamos firmes com a Palestina em sua causa legítima até o fim", disse Erdogan, segundo a <a href="https://sputnikglobe.com/20241113/erdogan-announces-turkiyes-diplomatic-break-with-israel-1120876156.html">Sputnik</a>.&nbsp;
A declaração foi feita durante uma entrevista a jornalistas enquanto retornava de suas visitas à Arábia Saudita e Azerbaijão, destacando que a Turquia se mantém firme na defesa da causa palestina.
Desde o início da operação militar israelense na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, a Turquia tem condenado veementemente as ações de Tel Aviv, acusando o Estado israelense de cometer assassinatos em massa de civis palestinos. Ao longo do conflito, Ancara pediu repetidamente um cessar-fogo e tem pressionado Israel a interromper seus ataques.&nbsp;
Em maio de 2024, o Ministério do Comércio da Turquia anunciou uma cessação total do comércio com Israel, após já ter restringido a exportação de 54 categorias de bens. Contudo, a Força de Defesa Israelense manteve suas operações militares em Gaza, desconsiderando as exigências turcas.
Além das críticas ao governo israelense, Erdogan também se manifestou de forma dura contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, principalmente após seu discurso no Congresso dos EUA em julho deste ano, que gerou protestos anti-guerra em Washington.&nbsp;
O presidente turco já chamou Netanyahu de "açougueiro com o sangue de 150.000 moradores de Gaza em suas mãos", e de "Fuhrer moderno" demonstrando o crescente distanciamento das relações diplomáticas entre os dois países.

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Mundo

Turquia anuncia rompimento total com Israel e reforça apoio à Palestina

247 - Ancara acredita nos objetivos do Brics de criar uma ordem mundial justa e relações comerciais, afirmou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan nesta quinta-feira (24).&nbsp;
"Acreditamos nos objetivos do Brics de contribuir de forma única para a ideia de um sistema global mais justo e nas relações comerciais. A Turquia é um dos fundadores de muitas organizações regionais. É membro do G20. Os mecanismos de nossa cooperação com muitos países estão se desenvolvendo a cada dia. Estamos determinados a melhorar nosso diálogo com a família Brics", disse Erdogan na reunião final da cúpula do Brics no formato Brics+ e outreach, em Kazan, na Rússia. A declaração foi citada pela agência Sputnik.&nbsp;
Erdogan pediu aos países na reunião do Brics+ que apoiem a proibição do fornecimento de armas a Israel em meio ao conflito no Oriente Médio.
"Enquanto o derramamento de sangue no Oriente Médio não for interrompido, não se pode falar em justiça e desenvolvimento no futuro. O comportamento agressivo de Israel há muito ultrapassou todos os limites. O povo palestino está sendo submetido a um genocídio. No século XXI, ignorar essa tragédia não isenta ninguém de responsabilidade. Eu convoco os países que não reconhecem a Palestina a tomar medidas nesse sentido. Continuar a apoiar Israel com armas o torna ainda mais imprudente. Lançamos uma iniciativa na ONU para proibir o fornecimento de armas a Israel. Conto com o apoio de vocês, nossos amigos, nesta questão," declarou Erdogan.
A Turquia segue uma política externa independente, o que gera grande respeito, afirmou o presidente russo Vladimir Putin na reunião final.
"Sob sua liderança [presidente turco Recep Tayyip Erdogan], a Turquia está seguindo uma política externa independente, o que gera grande respeito", disse Putin.
Putin acrescentou que ele e Erdogan estão fazendo muito para resolver situações de crise na região.&nbsp;

Turquia acredita no objetivo do Brics de criar uma ordem mundial mais justa, diz Erdogan

Reuters – Fethullah Gulen, clérigo islâmico exilado nos Estados Unidos e acusado pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de ser o arquiteto da tentativa de golpe de 2016, faleceu aos 83 anos. A notícia foi divulgada pelo site Herkul, que publica os sermões de Gulen, em sua conta na rede social X, informando que ele morreu no domingo à noite, em um hospital nos EUA, onde estava sendo tratado.
Gulen, que já foi um importante aliado de Erdogan, viu sua relação com o presidente turco ruir de forma dramática, culminando na acusação de ser o mentor do fracassado golpe militar de 2016, no qual soldados dissidentes tomaram controle de aviões de guerra, tanques e helicópteros. O episódio deixou cerca de 250 mortos. Apesar das acusações, Gulen, que vivia em exílio autoimposto nos Estados Unidos desde 1999, negou qualquer envolvimento no golpe.
“Condeno a tentativa de golpe da forma mais veemente”, declarou Gulen na época. "Como alguém que sofreu sob vários golpes militares nas últimas cinco décadas, é especialmente insultante ser acusado de ter qualquer ligação com tal tentativa".
O movimento fundado por Gulen, conhecido como "Hizmet" (serviço, em turco), ganhou destaque por promover uma versão moderada do Islã, defendendo a educação ao estilo ocidental, mercados livres e o diálogo inter-religioso. No entanto, após o fracasso do golpe, seu movimento foi desmantelado sistematicamente dentro da Turquia, e sua influência internacional diminuiu consideravelmente.
<h3>Ascensão e queda de um antigo aliado</h3>
Nascido em 1941, na província de Erzurum, Gulen foi filho de um imã e desde cedo se dedicou ao estudo do Alcorão. Em 1959, foi nomeado imã em uma mesquita na cidade de Edirne, no noroeste da Turquia. Durante os anos 1960, ganhou notoriedade como pregador na província de Esmirna, onde fundou dormitórios para estudantes e pregava em casas de chá.
Foi por meio dessas casas de estudantes que Gulen começou a construir a rede informal que, nas décadas seguintes, cresceria e se expandiria para o campo da educação, negócios, mídia e instituições estatais, conferindo enorme influência a seus seguidores. Esse poder se estendeu para além das fronteiras da Turquia, alcançando repúblicas da Ásia Central, os Bálcãs, África e o Ocidente, através de uma rede de escolas.
A relação de Gulen com Erdogan, que antes era um forte aliado, começou a se deteriorar em 2013, quando investigações de corrupção envolvendo ministros e autoridades próximas a Erdogan vieram à tona. O governo turco atribuiu as investigações a promotores e policiais supostamente ligados ao movimento Hizmet. Em 2014, foi emitido um mandado de prisão para Gulen, e seu movimento foi classificado como organização terrorista em 2016, dois anos após o início das tensões.
Após o golpe fracassado, Erdogan prometeu erradicar completamente a influência de Gulen na Turquia, afirmando que seu movimento era composto por "traidores" e comparando-o a "um câncer". “Vamos extirpá-los onde quer que estejam”, declarou Erdogan. Desde então, milhares de escolas, empresas, veículos de mídia e associações ligadas a Gulen foram fechadas, com seus bens sendo confiscados pelo governo.
O governo turco também prendeu cerca de 77.000 pessoas e suspendeu 150.000 funcionários públicos, incluindo professores, juízes e soldados, em um esforço para eliminar a suposta rede de Gulen do país. Ao longo dos anos, Ancara pressionou os EUA para extraditá-lo, sem sucesso.
Nos últimos anos, Gulen viveu isolado em sua residência nos Montes Pocono, na Pensilvânia, onde concedeu raras entrevistas, incluindo uma à Reuters em 2017, quando afirmou que não pretendia fugir dos EUA para evitar a extradição. Já naquela época, Gulen demonstrava sinais de fragilidade, andando com dificuldade e mantendo um médico próximo.

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