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    Dez indústrias de carnes do RS sofrem com enchentes, diz ABPA

    De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal, os temporais no estado ameaçam o abastecimento no setor de alimentos

    Criação de frangos (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

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    SÃO PAULO (Reuters) - Dez unidades processadoras de carnes de aves e de suínos do Rio Grande do Sul estão paralisadas ou com dificuldades de operar pela impossibilidade de processar insumos ou transportar funcionários, como consequência dos problemas gerados pelas enchentes, afirmou em nota nesta segunda-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

    Segundo a associação, há ameaça ainda ao abastecimento até a normalização das operações.

    "Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do Estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção -- o que poderá demorar mais de 30 dias", disse a ABPA.

    A Reuters informou na semana passada, com base em informações de associações locais, que indústrias de carnes suína e de frango do Rio Grande do Sul pararam abates, com a região do Vale do Taquari entre as mais afetadas.

    Vídeos que circulam nas redes sociais mostram dezenas de porcos mortos na região de Roca Sales, no Vale do rio Taquari.

    Os animais se afogaram nas granjas ou foram varridos pelas enchentes, disse Flauri Migliavacca, veterinário que verificou os vídeos e dono de uma fábrica de ração animal na cidade de Casca.

    Migliavacca disse que grandes frigoríficos procuraram sua ajuda para entregar ração aos agricultores em algumas das áreas afetadas, que só podem ser alcançadas por veículos menores através de estradas de terra alternativas.

    "O maior problema começa agora", disse Migliavacca, citando "fome e falta de água" para suínos em grandes instalações de terminação ou berçarios. Ele citou fazendas com 500 a 5.000 porcas que enfrentam a escassez da oferta de ração devido à infraestrutura danificada.

    Os produtores são aconselhados a racionar porções para prolongar a duração dos estoques e manter os animais vivos, disse Migliavacca.

    Empresas como JBS e BRF operam diversas fábricas no Rio Grande do Sul.

    "Dada a sua dependência de frango, carne suína e alimentos processados produzidos no Brasil, a BRF seria a empresa sob nossa cobertura com maior exposição ao Estado", afirmou o Goldman Sachs em nota aos clientes.

    Segundo a ABPA, também está na prioridade da associação a alimentação dos animais que estão no campo.

    "Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações."

    O Rio Grande do Sul produz 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas do próprio Estado e para a exportação.

    Nesta segunda-feira, o Conselho Diretivo da ABPA realizou uma reunião virtual para o mapeamento de medidas de apoio ao enfrentamento da crise. "As ações a serem adotadas estão em estudo -- o foco de todos, neste momento, está no apoio às vítimas."

    (Por Ana Mano e Roberto Samora; edição de Letícia Fucuchima e Marta Nogueira)

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