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Ministério da Agricultura aproveita Cúpula do BRICS para abrir novos mercados

"A abertura de novos mercados vai gerando oportunidades para os nossos produtores, gerando renda e também empregos no nosso país", disse Luis Rua

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - Nesta quinta-feira (24), o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil, Luis Rua, se reuniu com a ministra da Agricultura da Rússia, Oksana Lut, durante a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, que ocorre na cidade russa de Kazan. Recém-empossado, Rua traz consigo uma vasta experiência no setor privado, especialmente na área de proteína animal, e tem como missão principal abrir novos mercados internacionais para os produtos agrícolas brasileiros.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Rua destacou: "O Brasil já abriu, desde o início do governo do presidente Lula, 265 novos mercados. Isso é um recorde." Ele enfatizou que um dos principais objetivos traçados pelo ministro Carlos Favaro foi manter o foco na ampliação das oportunidades comerciais. "A abertura de novos mercados vai gerando oportunidades para os nossos produtores, gerando renda e também empregos no nosso país", afirmou.

Durante a reunião, Rua e Lut abordaram temas significativos, como a certificação eletrônica para proteína animal, a troca de habilitações e acordos em pesquisa agrícola. "Temos uma relação muito antiga e cada vez mais profícua com a Federação da Rússia. Nos últimos anos, avançamos positivamente em áreas como ovos, amêndoas de cacau e erva-mate", relatou o secretário.

No entanto, apesar das conquistas, o Brasil já não ocupa mais a posição de principal fornecedor de carnes para a Rússia, cargo que manteve até 2017. De acordo com Rua, a Rússia investiu em programas de substituição de importações, especialmente na carne suína, o que resultou em uma diminuição das compras brasileiras. "O Brasil trabalha de maneira complementar à produção russa. No setor de bovinos, por exemplo, incrementamos o nosso volume no ano passado", destacou.

O comércio bilateral entre os dois países cresceu significativamente, mas em 2023, o Brasil registrou um déficit de R$ 7,9 bilhões nas trocas comerciais com a Rússia. Rua mencionou: "Esse foi justamente um dos temas que eu tratei com a ministra, de ampliar as possibilidades de comércio. Nossas pautas de exportação ainda são concentradas em trigo, do lado russo, e na soja, do lado brasileiro."

Durante o discurso de Vladimir Putin, presidente da Rússia, o potencial do BRICS na produção de grãos foi destacado, com a proposta de criação de uma bolsa de cereais que poderia substituir a Bolsa de Chicago, atualmente responsável por definir os preços internacionais. Rua comentou: "O Brasil a priori não é contra nenhuma medida, pelo contrário. O Brasil apoia medidas que possam facilitar o comércio entre os países-membros do BRICS."

Com a expectativa pela nova categoria de países parceiros do BRICS, que deve ampliar ainda mais o escopo do bloco, Rua ressaltou o papel do Brasil nas novas adidâncias que serão abertas até o final de 2024, permitindo uma presença agrícola em todos os dez países-membros do BRICS. "A cooperação no BRICS é uma via de mão dupla, permitindo que o Brasil exporte mais produtos e que os países-membros aproveitem as oportunidades do mercado brasileiro", concluiu.

A Cúpula do BRICS conta com a participação de líderes de países convidados no formato BRICS+/Outreach, incluindo delegações de 36 nações, e a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff.

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