“Não somos colônia dos franceses”, diz Fávaro
Ministro da Agricultura elogia frigoríficos brasileiros por interromperem fornecimento de carne ao Carrefour no Brasil
247 – O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou nesta semana a postura dos frigoríficos brasileiros que decidiram suspender o fornecimento de carne à rede de supermercados Carrefour no Brasil. A atitude, uma resposta direta à decisão do grupo francês de boicotar carne de países do Mercosul em seus supermercados na França, foi elogiada como um ato de soberania nacional. A informação foi divulgada pela reportagem da Globo Rural, que também destacou as declarações de Fávaro em apoio à medida.
“Fiquei muito feliz com a atitude dos frigoríficos brasileiros. Eles mostraram que temos dignidade. Se não podem vender para o Carrefour francês, também não vão fornecer para o Carrefour brasileiro. Parabenizei a decisão e o presidente Lula também aprovou. Trata-se de uma questão de soberania. Eles se acham a última bolacha do pacote”, afirmou o ministro.
A França, que representa apenas 0,5% das exportações brasileiras de proteína animal, viu seu CEO global, Alexander Bompard, anunciar que a rede não comercializaria mais carnes vindas do Mercosul em apoio aos produtores franceses. A decisão foi vista como uma tentativa de enfraquecer as exportações do bloco e proteger o mercado interno francês, especialmente no contexto das negociações do acordo Mercosul-União Europeia.
Reação estratégica dos frigoríficos brasileiros
Fontes próximas ao setor informaram que grandes frigoríficos, como JBS e Minerva, lideraram o movimento de interrupção de fornecimento ao Carrefour e ao Atacadão, também parte do grupo francês. A medida teve forte repercussão no meio político e econômico, sendo vista como uma demonstração de força da indústria nacional diante da postura europeia.
Pedro Lupion (PP-PR), deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, também criticou a decisão do Carrefour. “Essa questão é mais uma tentativa de lacração dos franceses, que nem conseguem atender aos anseios de seus produtores rurais. Precisamos reagir à altura e foi o que os frigoríficos fizeram.”
Contexto internacional e recado ao Mercosul
A disputa entre o Carrefour e os exportadores brasileiros ocorre em um momento crítico para o acordo Mercosul-União Europeia, que enfrenta resistência de países europeus, incluindo a França, sob o pretexto de proteger suas cadeias produtivas e promover medidas ambientais. Para o Brasil, a resposta dos frigoríficos serve como uma mensagem de que a soberania econômica e comercial do país não será comprometida.
“A França precisa entender que o Brasil não é mais uma colônia. Somos uma potência no agronegócio e temos papel relevante na segurança alimentar mundial. Não podemos aceitar imposições unilaterais e desrespeitosas”, concluiu Fávaro.
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