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      Tarifas de Trump não abalam confiança do setor de carne bovina no Brasil

      O país continuará sendo um importante fornecedor dos EUA, apesar do protecionismo, sinalizou a Associação das Indústrias Exportadoras de Carnes

      Pedaços de carne em açougue no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes / Reuters)
      Leonardo Lucena avatar
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      Por Ana Mano

      SÃO PAULO (Reuters) - As empresas brasileiras de carne bovina não esperam ser prejudicadas por possíveis novas tarifas do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido ao baixo estoque de gado norte-americano e a uma tarifa considerável que já existe sobre essas exportações.

      Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), disse em uma entrevista nesta quarta-feira que as exportações brasileiras de carne bovina fora de uma cota anual de 65.000 toneladas já estão sujeitas a uma tarifa de 26,4% ao entrar nos EUA.

      Suas falas sugerem que o Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo, continuará sendo um importante fornecedor dos EUA, apesar de qualquer retórica protecionista do governo Trump.

      As empresas brasileiras exportaram 1,3 bilhão de dólares em produtos de carne bovina para os EUA no ano passado.

      "Acho que os EUA estão num ciclo pecuário com dificuldade, e (continuarão assim) pelo menos nos próximos dois anos", disse Perosa, que lidera a poderosa associação de carne bovina, representante de empresas como a JBS e a Marfrig, ambas com operações nos EUA.

      O Brasil exportou cerca de 230.000 toneladas de carne bovina in natura e processada para os EUA no ano passado, um aumento de quase 66% em relação a 2023, com a maior parte pagando a pesada tarifa, disse Perosa, citando dados de comércio exterior.

      A escassez de gado nos EUA, onde os estoques atingiram o nível mais baixo em sete décadas, significa que os compradores americanos precisarão de um parceiro confiável para fornecer grandes volumes de carne bovina. "Esse parceiro é o Brasil", disse Perosa.

      O Brasil tentou negociar com os EUA um aumento da cota livre de tarifas para 150.000 toneladas, mas o estado das negociações não está claro após o retorno de Trump à Casa Branca no início desta semana, disse Perosa.

      Os EUA são o segundo maior destino de exportação de carne bovina do Brasil, depois da China, e também o segundo maior parceiro comercial do país sul-americano em geral.

      O Brasil paga uma tarifa de 12% para exportar carne bovina para a China, que pagou 5,4 bilhões de dólares pela carne bovina do país sul-americano no ano passado, disse Perosa, citando dados de comércio exterior.

      (Reportagem de Ana Mano)

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