A Alba pode contribuir muito com o BRICS, afirma Jorge Arreaza

247 - O Secretário Executivo do bloco Alba-TCP afirmou em nota que “ninguém duvida que o novo e necessário mundo multipolar se articula em torno dos BRICS” E destacou que são  muitos os países que aspiram aderir a este novo tipo de bloco. A entrada no BRICS de um estado membro da ALBA-TCP, em nossa opinião, constituiria uma contribuição significativa, tanto para a Aliança Bolivariana como para o BRICS. Seria uma relação ganha-ganha”, escreve Arreaza.

Leia a íntegra da nota do Secretário Executivo da ALBA-TCP, intitulado "O que os países da ALBA-TCP podem contribuir para os BRICS?"

1. ALBA foi criada antes dos BRICS, há quase 20 anos, como parte do impulso para um mundo multipolar, baseado em valores semelhantes aos do grande bloco alternativo, como o respeito pela soberania, a solidariedade, a cooperação e a economia e a complementaridade.

2. A ALBA-TCP foi construída sobre uma alternativa real e tangível, que colocou o ser humano no centro da sua dinâmica e a economia como forma de garantir os direitos sociais e a felicidade das pessoas. Isto é demonstrado pelas políticas sociais da ALBA em alfabetização, saúde (Barrio Adentro, formação de médicos, Misión Milagro), atenção a projetos específicos de impacto social.

3. PETROCARIBE é e será a expressão mais nobre da ALBA e da solidariedade do Comandante Hugo Chávez, para fazer da energia um instrumento de cooperação e desenvolvimento partilhado e não de dominação e lucro.

4. O Banco ALBA é um verdadeiro instrumento de desenvolvimento solidário, que tem permitido realizar projetos sociais, produtivos e de infraestrutura, de acordo com as prioridades de cada país e sem condições.

5. O SUCRE como moeda de troca entre os países da ALBA-TCP foi relevante e demonstrou que é possível construir nossos próprios mecanismos financeiros. Hoje a SUCRE está em revisão para sua reativação à luz dos novos tempos e tecnologias.

6. A ALBA propôs mecanismos de comércio justo e processos de produção conjuntos, complementares e não competitivos, como as Grandes Empresas Nacionais, em oposição à dominação das empresas transnacionais do capitalismo. A proposta do Tratado de Comércio Popular (TCP) rompe com os esquemas neoliberais de comércio assimétrico e anexionista.

7- A Aliança Bolivariana avança hoje num desenho inovador da sua própria Zona Económica (ECOALBA), baseada nos sectores potenciais e complementares das economias dos seus países membros.

8- A nova Agência de Cooperação ALBA-TCP procurará financiar projetos de infraestrutura social e cadeias produtivas, através da captação de recursos tanto dos países membros como dos atores aliados do sistema internacional em formação.

9- Através da nova etapa da AGROALBA, os países membros e demais convidados do Sul Global compartilharão processos de produção de alimentos para a reprodução da vida e não do capital.

10. Em termos de comunicação, a Aliança Bolivariana desenvolveu poderosos meios de comunicação alternativos, como o TELESUR, e está avançando na coordenação de redes sociais e meios de comunicação para oferecer leituras do Sul Global.

11. No âmbito cultural, a ALBA-TCP é um pólo diverso, multicultural e multiétnico, que reivindica as raízes indígenas e africanas dos seus povos na resistência e com direitos inegáveis ​​à reparação. As suas próprias expressões artísticas são partilhadas dentro da Aliança, para avançar para uma verdadeira união dos povos na sua diversidade.

12- As organizações e movimentos sociais articulam suas lutas e bandeiras no Conselho de Movimentos Sociais da ALBA-TCP, com o objetivo de influenciar a formação do mundo multipolar a partir das bases populares, elevando a voz diversa e altiva dos povos do Sul Global . Suas propostas e ações são parte integrante e formal da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América.

Estas são algumas das características que fazem da incorporação dos países da ALBA-TCP uma grande contribuição para a consolidação e o desenvolvimento institucional dos BRICS.

A Aliança Bolivariana manteve sob custódia iniciativas que seus líderes fundadores pensaram para a felicidade e a unidade de todos os povos e que foram desenvolvidas no âmbito da ALBA e hoje estão à inteira disposição dos BRICS e de todas as instituições nascentes para dar vida ao novo mundo que já nasceu como garantia de paz, solidariedade e desenvolvimento partilhado.

A ALBA é também uma força moral de resistência e de libertação, que demonstrou uma capacidade infinita de unidade para a vida com critérios humanos, éticos e anti-imperialistas, a poucos quilómetros do próprio império americano.