As caretas de Boric ao discutir Venezuela com Lula (vídeo)
Presidentes não estão alinhados, com o chileno adotando uma postura hostil ao governo de Maduro
247 - Em meio à celebração da amizade entre Chile e Brasil durante a visita de Estado do presidente Lula a Santiago, nesta segunda-feira (5), chamou a atenção de observadores nas redes sociais os gestos corporais do chileno enquanto discutia reservadamente com o brasileiro algum assunto durante as declarações à imprensa.
Enquanto Lula falava próximo ao ouvido de Boric, o último revirou os olhos e fez uma espécie de careta, sinalizando algum desentendimento.
É sabido que os dois mandatários adotaram abordagens diferentes quanto à suituação na Venezuela. Por exemplo, a declaração final evitou expressar uma posição comum sobre a situação no país. Enquanto o Brasil pediu a divulgação das atas eleitorais declarando a vitória de Nicolás Maduro nas eleições, Boric colocou em dúvida a vitória de Maduro, expressando uma oposição mais antagônica a Caracas.
Em declaração à imprensa, o presidente Lula voltou a pedir a divulgação das atas eleitorais na Venezuela e respeito à soberania popular. Boric, da sua parte, evitou tocar no assunto diretamente, mas falou em construir uma esquerda democrática e que respeite direitos humanos “em qualquer caso e em qualquer lugar”.
Os presidentes de Brasil, México e Colômbia pediram na última quinta-feira que a Venezuela divulgue a apuração detalhada dos votos, em meio a uma disputa sobre o resultado da eleição presidencial, algo que tem causado protestos no país.
O conselho eleitoral da Venezuela proclamou Maduro como vencedor da eleição de 28 de julho, com 51% dos votos, mas a oposição liderada pelo candidato Edmundo Gonzalez não reconheceu os resultados e o autoproclamou presidente.
Em resposta às críticas sobre o processo eleitoral, a Venezuela expulsou diplomatas de uma série de países da região, incluindo o Chile.
A eleição presidencial na Venezuela foi realizada em 28 de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro como vencedor. No dia seguinte, protestos ocorreram no país por aqueles que discordavam dos resultados da eleição; confrontos violentos entre forças de segurança e manifestantes ocorreram em Caracas e outras cidades, resultando na detenção de mais de 2.000 pessoas. Washington, sem esperar pelos resultados da contagem dos votos e posterior auditoria, pediu à comunidade internacional que reconhecesse o líder da oposição Edmundo Gonzalez como o vencedor da eleição presidencial na Venezuela. Legisladores dos EUA e da UE, responsáveis por relações internacionais, ameaçaram na última sexta-feira responsabilizar Maduro se ele não renunciar voluntariamente como chefe de Estado após a eleição, classificando os resultados como fabricados.
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