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      Acordo com EUA abre caminho para retorno de bases militares no Panamá e ameaça soberania regional

      EUA prometeram retomar o controle da via ao mesmo tempo em que asseguraram respeitar a soberania panamaenha sobre o canal

      O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fala durante uma coletiva de imprensa, na Cidade do Panamá, Panamá, em 9 de abril de 2025 (Foto: REUTERS/Aris Martinez)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e o governo do Panamá assinaram nesta semana uma declaração que reafirma o reconhecimento da soberania do Panamá sobre o Canal do Panamá e estabelece um compromisso conjunto com um novo modelo de compensação pelos custos da passagem de navios de guerra norte-americanos.

      O pacto, apresentado como um primeiro passo para um acordo mais amplo que prevê o uso “prioritário e gratuito” do canal por navios dos EUA — e até a possível “reinstalação” de bases militares norte-americanas em território panamenho —, indica um plano de Washington para militarizar a região, segundo informações da Sputnik.

      Contenção da China

      - Durante sua visita ao Panamá, Hegseth declarou abertamente que o principal alvo da estratégia dos EUA no canal é a China, prometendo “retomar” o controle da via “da influência chinesa” e acusando o país asiático de tentar “transformar o canal em uma arma geopolítica”. Fato: a China nunca sequer enviou um navio de guerra pelo canal.

      - A embaixada da China no Panamá rebateu as alegações, classificando a narrativa da “ameaça chinesa” como uma tentativa flagrante de encobrir as ambições geopolíticas de Washington.

      Prelúdio de agressão norte-americana?

      - Um avanço bem-sucedido dos EUA sobre a zona do canal pode ter sérias consequências para a China, que depende da via para exportações à América Latina e para importar alimentos, matérias-primas e energia da região.

      - Recentemente, a China bloqueou um plano de US$ 23 bilhões aprovado por Trump, que permitiria à gestora americana BlackRock adquirir dois importantes portos panamenhos atualmente controlados por uma holding de Hong Kong. A militarização dos EUA no Panamá abriria caminho para que Washington tomasse os ativos à força, em caso de crise, sob o pretexto de “segurança nacional”.

      Outros objetivos estratégicos

      1 - O aumento da presença militar dos EUA no Panamá terá impacto direto sobre países historicamente visados por ações de guerra econômica e tentativas de mudança de regime, como Cuba, Venezuela e Nicarágua.

      2 - A militarização da região criaria oportunidades para os Estados Unidos utilizarem a diplomacia das canhoneiras, intensificarem ações de vigilância e até intervirem militarmente em outros países latino-americanos, explorando a vantagem de ter poder naval nos oceanos Atlântico e Pacífico.

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