Anielle Franco: 'as instabilidades políticas na América Latina merecem nossa atenção máxima'
De acordo com a ministra, 'o autoritarismo e as tentativas de controlar o poder à força são um perigo constante à soberania popular'
247 - A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou nesta quinta-feira (27) que representantes de governos em países da América Latina precisam estar em "atenção máxima" para possíveis tentativas de golpe. "Sabemos por experiência própria que o autoritarismo e as tentativas de controlar o poder à força são um perigo constante à soberania popular", afirmou na rede social X. A titular da pasta comentou sobre a mobilização golpista que foi derrotada na Bolívia, onde militares tentaram entrar no salão presidencial e chegaram a pedir mudança de gabinete do presidente Luis Arce, de esquerda.
"A tentativa de Golpe na Bolívia e as instabilidades políticas na América Latina merecem nossa atenção máxima, como permanente chamado à valorização, cultivo e aperfeiçoamento da democracia. Este é o sistema com mais condições de garantir a participação popular, a proteção dos direitos individuais e coletivos.", afirmou.
" Foi a força da população nas ruas, a pronta reação do presidente Lula e nossa resposta internacional enquanto países da América do Sul que frustrou o golpe em curso no país. Nosso apoio ao presidente eleito Luis Arce e ao povo boliviano. Seguiremos em defesa dos princípios da liberdade, da igualdade e da democracia".
Militares ocuparam a frente da sede do governo da Bolívia, em Laz Paz. Ao menos 17 pessoas foram presas por acusação de envolvimento nas manifestações golpistas. Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales denunciou o golpe e pediu apoio da Comunidade Internacional antes de o plano golpista ser derrotado - militares retornam aos seus quartéis.
Lideranças internacionais criticaram a mobilização golpista. Alguns exemplos foram os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela), Gustavo Petro (Colômbia), Lula (Brasil) e Gabriel Boric (Chile). O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández também condenou a tentativa de ruptura institucional, repudiada, ainda, pelos países da União Europeia.
A Bolívia sofreu um golpe em 2019, quando o então presidente Morales foi obrigado a renunciar. Na época, a oposição ao governo dele e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que fica nos Estados Unidos, atribuíram irregularidades à campanha do então governante.
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