Após depreciar China, Milei envia equipe a Pequim para negociar linha de swap 'com urgência'
Principais autoridades econômicas argentinas viajam ao lado da ministra da chanceler Diana Mondino, em meio a negociações para uma linha de swap cambial de US$ 18 bilhões
Sputnik - O presidente do Banco Central da Argentina, Santiago Bausili, e o secretário de Finanças, Pablo Quirno, devem se reunir com o governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, na capital chinesa na segunda-feira (29).
As principais autoridades econômicas, que partiram de Buenos Aires na sexta-feira (26), viajam ao lado da ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, em meio a negociações para uma linha de swap cambial de US$ 18 bilhões (R$ 93 bilhões), segundo a Bloomberg.
Ainda de acordo com a mídia, Mondino, que partiu na quinta-feira (25), manterá reuniões bilaterais com o vice-presidente da China, Han Zheng, o representante do Comércio Internacional, Wang Shouwen, e o seu homólogo, Wang Yi, segundo fontes ouvidas pela agência.
A questão mais urgente na agenda bilateral é a troca cambial dos US$ 18 bilhões, visto que Buenos Aires precisa renovar até junho cerca de US$ 5 bilhões (R$ 25,8 bilhões) dessa linha, depois que o ex-ministro da Economia, Sergio Massa, usou os fundos em grande parte para financiar importações em 2023, escreve a agência.
Mondino é acompanhada por uma grande delegação de empresários argentinos que participarão de diversas reuniões para atrair investimentos e aumentar a parceria comercial. Ela também se reunirá na terça-feira (30) com autoridades chinesas de alto nível para promover o investimento em infraestrutura na Argentina.
Em dezembro do ano passado, a China suspendeu o financiamento de US$ 6,5 bilhões (R$ 33,6 bilhões). A decisão de Pequim coincidiu com o início do mandato Milei, que desde a campanha como candidato à presidência dizia que romperia relações com países comunistas, entre eles a China.
As visitas e encontros demonstram um contexto bem diferente do expressado pelo presidente durante sua campanha presidencial. Na época, Milei levantou questões sobre o futuro das relações entre Buenos Aires e Pequim, chamando os chineses de "assassinos".
No entanto, em uma entrevista no começo deste mês à Bloomberg News, adotou um tom muito mais pragmático, evitando comentários incendiários e garantindo que não tocaria nos swaps cambiais.
Antes disso, quando recebeu uma carta do presidente Xi Jinping felicitando sua eleição, Milei baixou o tom e o agradeceu, enviando "os mais sinceros votos de bem-estar ao povo da China", conforme noticiado.
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