Argentina e Irã trocam farpas no aniversário de 30 anos do atentado à AMIA em Buenos Aires
Um meio iraniano alinhado com o governo afirmou que o país persa "não esquecerá a política anti-iraniana de Buenos Aires"
RT - O chefe de gabinete dos ministros da Argentina, Guillermo Francos, afirmou nesta quinta-feira (18) que ao governo de Javier Milei "não importa" as advertências do Irã feitas por ocasião do aniversário do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 1994, que segundo o país latino-americano foi perpetrado por funcionários iranianos.
"O presidente não será intimidado, todos conhecem sua personalidade e quando se trata de defender posições ideológicas ou direitos essenciais, ele não tem nenhuma dúvida", afirmou Francos durante uma entrevista à Rádio Mitre, acrescentando que os comentários de Teerã "não vão abalar suas posições, que são muito firmes nesses temas".
As declarações de Francos se referem a um editorial publicado em 14 de julho no jornal Tehran Times, alinhado à postura governamental, onde afirmaram que o país persa "não esquecerá a política anti-iraniana de Buenos Aires" e fará com que a Argentina "lamente sua inimizade" com o Irã, bem como a um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores iraniano, que qualificou de "infundadas" as acusações do país sul-americano sobre a participação da República Islâmica no atentado.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Nasser Kanaani, também instou as autoridades argentinas a "evitar declarações e ações contra o Irã", bem como a "não colocar em risco os interesses nacionais da Argentina e as relações bilaterais, em prol dos cenários anti-Irã promovidos pelo eixo do mal de Israel e dos EUA".
A esse respeito, Francos expressou que "chama um pouco a atenção a impunidade com que se fazem esse tipo de ameaças, mas isso não deve abalar a convicção dos argentinos de viver em liberdade e em paz", acrescentando que o país não se deixará "submeter aos que pretendem infundir medo e terror".
O funcionário lembrou que a investigação realizada pela Justiça argentina concluiu que o Irã e o movimento libanês Hezbollah perpetraram o ataque há 30 anos. Por sua vez, a publicação do Tehran Times destaca que o atentado foi classificado por alguns especialistas como "auto-atentado" dos judeus, enquanto outros sustentam que se tratou de "uma vingança do governo de Carlos Menem contra os sionistas argentinos".
"A Argentina não é ameaçada por ninguém" - "Não me importam as ameaças que possam ser feitas quando estamos defendendo a liberdade e os direitos humanos, não apenas dos argentinos, mas de um número muito importante de israelenses que sofreram todo tipo de abusos e atropelos", sublinhou.
Nesse sentido, a vice-presidente argentina, Victoria Villarruel, assegurou que seu país "não vai tolerar ameaças de nenhum Estado nem permitir que sua população esteja aterrorizada".
Por sua vez, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também comentou sobre o tema: "Ninguém nos ameaça, a Argentina não é ameaçada por ninguém". Além disso, afirmou que "está absolutamente provado que o atentado foi organizado desde a Embaixada do Irã na Argentina, e isso implica um crime de lesa humanidade", advertindo que buscarão os responsáveis "até o último dia de suas vidas".
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