Argentina não assina documento sobre igualdade de gênero em reunião do G20 e gera irritação entre membros do grupo
Representantes do governo de extrema direita de Javier Milei foram os únicos a se opor à declaração que visava um consenso sobre a igualdade de gênero
247 - O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou sua presença na Cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em menos de um mês, mas a sua administração deixou os demais integrantes do grupo bastante irritados recentemente, o que pode gerar tensões durante o evento. Segundo a coluna Radar, da revista Veja, durante uma reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20, conduzida pela ministra Cida Gonçalves no último dia 11, os representantes argentinos foram os únicos a se opor à declaração que visava um consenso sobre a igualdade de gênero.
O documento reconhece que meninas e mulheres em todo o mundo enfrentam desigualdades específicas devido ao gênero, ressaltando seu papel como agentes de mudança e sua importância na tomada de decisões, liderança e no enfrentamento dos desafios globais.
“Nós nos comprometemos a avançar o empoderamento de todas as mulheres e meninas nas prioridades acordadas durante a Presidência Brasileira: promover a igualdade de gênero, a autonomia econômica e a economia do cuidado e os sistemas de cuidado; eliminar a misoginia e prevenir e acabar com a violência baseada em gênero; e impulsionar ações climáticas sensíveis ao gênero”, diz o texto, que deveria servir como um compromisso entre as nações participantes, afirma:
Ainda segundo a reportagem, para tentar assegurar um consenso na declaração, o Itamaraty apelou aos representantes argentinos, buscando convencê-los da importância do texto. A informação que chegou aos diplomatas brasileiros indicou que o assunto “escalou”até o próprio Milei, que optou por rejeitar a proposta.
Como resultado, Brasil e demais países do G20 expressaram descontentamento com a Argentina, a ponto de discutir a possibilidade de não convidar os representantes argentinos para algumas reuniões do grupo, uma medida que, se concretizada, seria inédita nas relações diplomáticas do G20.
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