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    Assim como Dilma, Claudia Sheinbaum diz que deve ser chamada de "presidenta"

    Presidenta do México disse que "só o que se nomeia existe"

    Claudia Sheinbaum toma posse como presidenta do México (Foto: REUTERS/Raquel Cunha)

    247 - Claudia Sheinbaum, empossada oficialmente nesta terça-feira (1) como a primeira mulher a presidir o México, fez um apelo contundente e simbólico em seu discurso para ser chamada de "presidenta", e não de "presidente", reforçando a necessidade de dar visibilidade ao papel das mulheres na liderança política. “Sabemos que nós, mulheres, podemos ser presidentas”, declarou em um Congresso nacional que, em resposta, aplaudiu calorosamente com gritos de "presidenta".

    A cerimônia, realizada no Congresso mexicano, foi marcada por um clima de celebração e esperança para o futuro do país. Sheinbaum, que sucedeu Andrés Manuel López Obrador, de quem é aliada política, destacou em seu pronunciamento que o México vive um "tempo de transformação, um tempo de mulheres". Ela aproveitou a ocasião para reafirmar seu compromisso com a defesa da Constituição mexicana e para prometer governar de maneira patriótica e responsável. "Desempenharei leal e patrioticamente o cargo, sempre cuidando do bem e da prosperidade", afirmou.

    Em seu discurso de posse, Sheinbaum não só enfatizou o uso do termo feminino para o cargo que agora ocupa, mas também fez um paralelo entre essa escolha e a luta histórica das mulheres por reconhecimento e igualdade. "Chamemos presidenta, com ‘A’ no final, como advogada, cientista, soldada, doutora, professora e engenheira. Como nos ensinaram, só o que se nomeia existe", disse, numa clara alusão à importância de usar a linguagem de forma inclusiva.

    A nova presidenta aproveitou a oportunidade para refletir sobre o papel subestimado das mulheres ao longo da história. “Por muito tempo, nós, mulheres, fomos anuladas, nos contaram desde que éramos crianças uma versão da história que buscou nos fazer acreditar que os avanços da humanidade eram protagonizados por homens. Mas, pouco a pouco, essa visão se reverteu.”, acrescentou. Segundo Sheinbaum, essa mudança na narrativa histórica é fundamental para que as novas gerações compreendam a importância das mulheres na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

    Claudia Sheinbaum assume a presidência com grandes expectativas por parte dos eleitores e aliados políticos. A sua vitória não representa apenas uma mudança de governo, mas simboliza a consolidação do espaço das mulheres no cenário político mexicano, em um país que, historicamente, sempre teve homens à frente do poder executivo.

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