Blinken anuncia investimento em ferrovias no Peru para frear influência da China

247 - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou o apoio financeiro de Washington a um projeto ferroviário em Lima, no Peru, que beneficiará cerca de 200 mil pessoas diariamente. Atualmente, ir do centro de Lima ao distrito vizinho de Chosica é um desafio devido às estradas congestionadas, com viagens que podem levar até uma hora e meia. 

Para melhorar essa situação, a Câmara Municipal de Lima assinou um acordo com a empresa Caltrain, dos EUA, que doará vagões e locomotivas para um futuro trem de passageiros. Segundo informações do La República, a Prefeitura de Lima autorizou o prefeito Rafael López Aliaga a firmar um acordo com a empresa do estado da Califórnia para gerenciar a doação. No entanto, a operação envolverá um desembolso significativo de mais de 24 milhões de dólares por parte da prefeitura.

"Os Estados Unidos apoiarão a Cidade de Lima no desenvolvimento da nova linha de trem de passageiros que conectará o centro da cidade aos subúrbios orientais. O sistema ferroviário Caltrain, na Califórnia, ..., contribuirá com mais de cem vagões e locomotivas de alta qualidade, e empresas americanas fornecerão mais de 50% dos serviços para este projeto, além dos suprimentos, desde equipamentos de sinalização até trilhos ferroviários e expertise em engenharia e design, disse Blinken em uma cerimônia de doações em Lima, no sábado (16), de acordo com comunicado oficial. 

Na última semana, a Reuters informou que um dos objetivos das visitas de alto-nível na América do Sul é reafirmar o compromisso de Washington com a região e se encontrar com três novos líderes de esquerda, em meio a preocupações de que a negligência com o hemisfério tenha permitido que a China faça avanços econômicos com grandes projetos de infraestrutura. 

Autoridades de Washington reconhecem, em caráter privado, a necessidade de mostrar aos vizinhos do sul que os Estados Unidos continuam sendo uma prioridade de política, apesar do foco em grandes questões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e a rivalidade com a China.