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Câmara dos Deputados da Argentina rejeita decreto de Milei sobre reforço do Sistema Nacional de Inteligência

Os deputados alegaram falta de transparência e possível uso indevido dos fundos

Javier Milei. Foto: Reuters / Agustin Marcarian

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247 - Com 156 votos a favor, 52 negativos e 6 abstenções, a  dotação adicional ao orçamento geral da administração nacional destinada ao Sistema Nacional de Inteligência (SIDE) da Argentina foi rejeitada.

Num turbulento, a Câmara dos Deputados da Argentina rejeitou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que concedeu 100 bilhões de dólares em fundos reservados à Secretaria de Inteligência do Estado (SIDE), informa a Telesur.

Durante a sessão especial na Câmara dos Deputados, blocos de oposição, incluindo Unión por la Patria, Encuentro Federal e a Coalizão Cívica, uniram-se para rejeitar o DNU, alegando falta de transparência e possível uso indevido de fundos públicos. 

Ao mesmo tempo, houve também tensão interna dentro do bloco governante, La Libertad Avanza, evidenciada por incidentes relatados entre os seus membros.

Houve denúncias de que estes fundos se destinam a financiar campanhas de ódio e ataques cibernéticos.

Recentemente, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou o Governo de Javier Milei de utilizar fundos públicos para financiar ataques cibernéticos contra o seu país.  

Segundo Maduro, o governo argentino teria alocado aproximadamente 100 milhões de dólares para operar ações ataques cibernéticos com o objetivo de desestabilizar o governo bolivariano e manipular a opinião pública tanto na Argentina como no exterior.

Estas acusações aumentaram a pressão sobre o Governo Milei, justamente numa altura em que a sua administração enfrenta críticas pela gestão dos recursos destinados ao SIDE. 

As declarações de Maduro, nas quais afirmou que o Governo Milei utilizou estes fundos para financiar ataques cibernéticos e comprar apoios nas redes sociais, geraram forte impacto na discussão pública. 

Estas acusações reforçam a suspeita de que os fundos atribuídos à SIDE poderiam ter sido utilizados em atividades que vão além da segurança nacional, influenciando diretamente a percepção pública e a estabilidade de outros governos na região.

A situação continua a evoluir, com o Senado argentino aguardando a ratificação da decisão da Câmara dos Deputados e com os olhos voltados para a forma como o Governo de Milei responderá tanto às críticas internas como às reclamações internacionais. 

A polémica em torno dos fundos reservados do SIDE e da sua alegada utilização para operações cibernéticas poderá marcar um ponto de viragem na política argentina, uma vez que a sua rejeição confirmada pela Câmara Alta seria o primeiro decreto executivo rejeitado por legisladores de todo o espectro político do país. 

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