Começa na Venezuela Congresso do Bloco Histórico Bolivariano
Venezuela debate a orientação para o desenvolvimento nacional nos próximos anos
247 - Com a presença de seis mil representantes de organizações sociais, partidos e movimentos políticos, o Congresso do Bloco Histórico Bolivariano foi instalado nesta quinta-feira (14), com o objetivo de servir de plataforma para debater as linhas estratégicas que nortearão o desenvolvimento do país nos próximos anos. O evento durará até o sábado (16) e é o corolário de um processo de consulta no qual participaram mais de 3,6 milhões de venezuelanos.
Durante a primeira etapa foram coletadas mais de 500 mil propostas através de assembleias em Conselhos Comunitários, Comunas e outros espaços do Poder Popular , que serão discutidas durante este encontro.
O processo reflete um exercício de democracia participativa que procura integrar a voz das bases nas decisões do Estado.
As sessões do congresso incluem conferências, mesas de trabalho e debates centrados na implementação do Plano das Sete Transformações, ou “7T” , um projeto governamental que propõe ações concretas em áreas como economia, serviços públicos, paz e soberania.
Estas linhas estratégicas são vistas como um passo crucial para a criação de um “Estado de Bem-Estar Social e Econômico”, nas palavras do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os eixos do Plano das 7 Transformações
O Plano das 7 Transformações T está organizado em torno de sete linhas de trabalho que definem uma visão de longo prazo para o país, estruturada nos princípios e legado do ex-presidente Hugo Chávez. As transformações propostas que marcam a linha estratégica do Congresso são:
Transformação Económica: Este eixo procura deixar para trás a economia de “guerra e resistência” que caracterizou a Venezuela nos últimos anos, para avançar para um modelo autossustentável e diversificado. O objetivo é consolidar uma economia que não dependa exclusivamente do petróleo, promovendo a produção nacional e o comércio com novos aliados internacionais.
Serviços Públicos e Infraestruturas: Outro pilar do plano é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos através do fortalecimento dos serviços públicos e do desenvolvimento de infraestruturas. O projeto inclui a construção de “cidades humanas e capacitadas”, com serviços básicos de qualidade e espaços adequados para recreação e vida comunitária.
Segurança e Soberania: A consolidação de um país seguro e pacífico é outro objetivo fundamental. Esta seção abrange não só o reforço das forças de segurança, mas também medidas para garantir a soberania da Venezuela contra possíveis ameaças externas. Segundo Maduro, esta componente procura manter a estabilidade do país e proteger os seus recursos estratégicos.
Transformação Social : Este eixo abrange uma série de políticas que visam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, com foco na educação, saúde, cultura e desporto. O objetivo é reduzir a desigualdade e garantir que os serviços essenciais estejam disponíveis para toda a população, promovendo maior coesão social e fortalecendo o sentido de comunidade.
Construção de um Novo Estado : Para avançar para um modelo de Estado mais próximo das comunidades, o plano contempla a construção de um Estado comunitário, democrático e centrado na justiça. Esta transformação implica uma mudança na estrutura do Estado, orientando-a para um sistema de participação direta onde as comunidades têm um papel ativo na tomada de decisões.
Luta contra as alterações climáticas No quadro dos desafios globais, este eixo centra-se no enfrentamento dos efeitos das alterações climáticas e na promoção de práticas sustentáveis na Venezuela. Este plano inclui medidas para proteger a biodiversidade, gerir de forma responsável os recursos naturais e promover a utilização de energias renováveis. As políticas visarão tanto a preservação ambiental como a redução dos impactos dos fenómenos climáticos extremos.
Nova Geopolítica da Potência Mundial : Por fim, o último eixo aborda a relação da Venezuela com o cenário internacional, buscando promover uma ordem multipolar e justa no contexto da América Latina e do Caribe. Esta abordagem procura fortalecer alianças estratégicas e consolidar a posição da Venezuela como nação soberana na arena global, contrariamente a qualquer forma de hegemonia. Este ponto contempla a construção de um bloco regional forte que lute pela paz e pela autodeterminação dos povos.
Visão 2054: Um plano de longo prazo para a Venezuela
Um dos temas de maior destaque do congresso é a “Visão 2054”, uma estratégia de trinta anos que visa consolidar a Venezuela como uma potência na América Latina.
Esta visão contempla o desenvolvimento de um Estado Comunal baseado na democracia direta, centrado nas necessidades da população. Maduro explicou que este objetivo tem como horizonte o centenário do nascimento de Hugo Chávez em 2054, data em que o país procura apresentar-se como modelo de Estado soberano e autossustentável.
Este projecto de longo prazo inclui também a criação de uma sociedade mais equitativa e a superação das estruturas que o governo chamou de “Estado burguês”. Segundo o presidente, um dos desafios fundamentais será transformar as bases estruturais do Estado para criar uma “pátria irreversível”, focada na participação popular.
No final das sessões de trabalho, o congresso apresentará um documento com as propostas definitivas para o período 2025-2030, que ficará conhecido como Plano Pátria das Sete Transformações.
Espera-se que este plano seja implementado nos próximos anos para orientar as políticas governamentais em vários sectores-chave. O presidente também mencionou que o objetivo é culminar em 2030 com um relatório de resultados que será apresentado em homenagem ao libertador Simón Bolívar, com a aspiração de uma Venezuela que permaneça firme em seu projeto.
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